A ex-deputada estadual Cidinha Campos (PDT) afirmou à CNN nesta terça-feira (26) que parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) temiam Domingos Brazão e evitavam discussões com o conselheiro do Tribunal de Contas estadual preso no domingo (24).
Domingos Brazão é suspeito de ser um dos mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Além dele, a Polícia Federal (PF) prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (ex-União Brasil-RJ), irmão de Domingos, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
“Deputados tinha medo dele, diziam: ‘Eu não vou brigar com ele, essa família é perigosa’. Acho que o medo não está só nele, mas naquilo que ele representa, a milícia“, disse Cidinha, que foi contemporânea de Brazão na Alerj entre 1999 e 2015, quando ele foi indicado ao TCE-RJ.
“A gente não conseguia se relacionar, porque ele me ameaçava o tempo inteiro. Nunca levaram muito a sério as minhas denúncias. Se tivessem levado, talvez se tivesse evitado a morte da Marielle“, acrescentou a ex-deputada pedetista.
Segundo Cidinha, Brazão teria surtado após ela propor uma emenda na Comissão de Ética da assembleia fluminense.
“Eu me lembro de ter sido atacada por ele quando criei uma emenda na Comissão de Ética que punia deputados não só pelo comportamento naquele mandato, mas em comportamentos pretéritos. Então, quando eu fiz essa emenda, ele surtou, ficou louco, queria me bater.”
Ainda de acordo com a ex-parlamentar, Brazão apresentava comportamento misógino na Alerj e nunca escondeu sua conduta. “Ele era descarado, achava que nada podia acontecer a ele. Foi criando esse monstro da política fluminense capaz de ameaçar, matar e sei lá mais o que fazer”, relatou.
Procurado pela CNN, a defesa de Domingos Brazão não se manifestou acerca das declarações de Cidinha Campos.
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