sexta-feira, novembro 22, 2024
InícioPolíticaDeputado evangélico do PSOL diz que retirada de isenção para líderes religiosos...

Deputado evangélico do PSOL diz que retirada de isenção para líderes religiosos é medida de “respeito“

O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) defendeu a decisão da Receita Federal de retirar a isenção fiscal para líderes religiosos. Ligado a corrente progressista dos evangélicos, o parlamentar afirmou à CNN que a medida é “de respeito a muitas lideranças religiosas” e classificou o ato feito pelo governo de Jair Bolsonaro, em 2022, de “eleitoreiro”.

A bancada evangélica na Câmara, mais conservadora, diz que o fim da isenção é “perseguição do governo”

Para Vieira, no entanto, a medida privilegiava “pastores super ricos e grandes igrejas que não queriam pagar direitos trabalhistas e dar proteção social e previdenciária aos trabalhadores”.

Para o parlamentar, há muito trabalho voluntário em templos, mas há também “pastores que abrem a igreja diariamente nas periferias, por exemplo” que deveriam ser remunerados pelo trabalho e ter acesso à proteção social.

“Retirar a isenção é uma medida de respeito a muitas lideranças religiosas que se dedicam às igrejas e acabam caracterizando uma relação de trabalho e não têm seus direitos garantidos porque grandes líderes não querem pagar direito de trabalhadores a pessoas que se dedicam integralmente”, comentou.

Vieira ainda aponta que a medida abriu brechas para “facilitar movimentação financeira de grandes conglomerados relgioso com pouca transparência”.

O Ato Declaratório Interpretativo (1/22), feito no governo Bolsonaro, não considerava como remuneração direta ou indireta, valores pagos a líderes religiosos. A medida ainda apontava que a diferenciação dos valores de pagamentos por função “não caracteriza esses valores como remuneração sujeita à contribuição”.

Brecha
A norma abria brecha para que ganhos como “participação de lucros”, “cumprimento de metas” e reembolso por gastos com educação e saúde não fossem tributados.

A decisão, de acordo com a Receita, atende a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para suspender a regra. O principal ponto levantado em auditoria foi o fato de alguns ganhos estarem sendo confundidos com a “prebenda”, o rendimento eclesiástico, que legalmente é isento da contribuição previdenciária.

O documento foi amplamente divulgado por Bolsonaro, então candidato à Presidência, na primeira agenda oficial de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais, com a presença de pastores de várias denominações.

“A reivindicação já foi aceita, [o ato] está publicado no Diário Oficial da União”, disse Bolsonaro à época. Na ocasião, Bolsonaro insinuou que a medida poderia ter sido editada antes, por outros governos, mas não “ia adiante por perseguição religiosa”.

Logo depois, a área técnica da Receita Federal começou a revisar o ato. Um dos pontos detectados, de acordo com envolvidos na análise, é que o documento não passou pela avaliação de impacto de receita. Procedimento adotado para todas as renúncias fiscais.

Via CNN

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui