O dono do Twitter/X, Elon Musk, provocou Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), depois de usuários relatarem que a plataforma voltou ao ar no Brasil. Ela está suspensa por ordem do ministro desde 30 de agosto.
Sem mencionar diretamente o ministro, Musk afirmou, nesta quarta-feira, 18: “Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia”. Ele fez referência à frase “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”, do autor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke (1917-2008).
Usuários do Twitter/X notaram que a plataforma estava acessível novamente em aplicativos móveis. No entanto, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável por repassar a determinação do ministro às empresas, afirmou ao jornal o Estado de S.Paulo que não houve alteração na decisão judicial e que investiga o caso.
Inicialmente, o STF declarou que houve uma “instabilidade no bloqueio de algumas redes”. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira, 18, o STF afirmou:
“O Supremo Tribunal Federal (STF) está checando a informação sobre o acesso ao X por parte de alguns usuários e, aparentemente, é apenas uma instabilidade no bloqueio de algumas redes”.
Com isso, o tribunal investiga a situação para determinar a causa do problema e dizer se houve alguma ação deliberada por parte da rede social.
Abrint acusa Elon Musk de burlar ordem de Moraes para o Twitter/X
A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), que representa as empresas que tiveram que suspender a rede social, acusou o Elon Musk de burlar a ordem de Moraes. De acordo com a instituição, a empresa teria utilizado uma técnica que adota IPs dinâmicos.
Ainda segundo a Abrint, o Twitter/X utilizou a Cloudflare, serviço de proxy reverso em nuvem que atua como intermediário entre os usuários e os servidores da rede social com o objetivo de “driblar” a determinação. O sistema permite que o IP, que diferencia cada máquina, fique “escondido”, o que dificulta o bloqueio.
Depois dos relatos dos usuários, o STF pediu para que a Anatel explique o motivo que levou ao retorno do X sem autorização. A rede social está suspensa no país porque ela não apresentou um representante legal no Brasil. Musk fechou os escritórios do X no dia 17 de agosto, alegando censura e ameaças por parte do ministro do STF.