Depois de filmar abuso de menores, o padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, engravidou uma adolescente, forçou aborto e enterrou feto no quintal da casa de um amigo, em Coari, interior do Amazonas. A Polícia Civil divulgou essas informações na segunda-feira 19. O acusado foi detido no domingo 18, durante uma operação na cidade, segundo o g1.
Gravações de menores que sofreram abusos do padre
As investigações revelaram que pelo menos quatro adolescentes sofreram abusos sexuais do padre. Ele também costumava filmar seus crimes. Entre as vítimas havia uma jovem de 17 anos, que denunciou o caso em 2023. De acordo com seu depoimento à polícia, os estupros começaram quando ela tinha 14 anos.
Desde essa época, o padre já armazenava os vídeos dos atos. O delegado José Barradas relatou que o padre obrigou a adolescente a abortar.
“Nesse contexto, entra a participação de um homem de 34 anos, que está foragido; ele é amigo do padre e foi o responsável por fornecer à adolescente um medicamento, que ela ingeriu e resultou no aborto”, relatou o delegado ao g1.
Segundo ele, o feto foi expelido e enterrado no quintal da casa desse amigo. “Foi possível confirmar o fato tanto por fotos quanto pelo depoimento da vítima”, afirmou Barradas.
Ameaças e outras vítimas
A menina também sofria violência psicológica, pois o padre a ameaçava constantemente, dizendo que “iria acabar com a vida dela, pois ela era sua e de mais ninguém”. Durante a prisão, agentes flagraram o padre na cama com uma jovem que acabara de completar 18 anos. Tudo leva a crer que o envolvimento começou quando ela ainda era menor.
A polícia também descobriu que o padre pedia à jovem que trouxesse amigas para participarem de relações sexuais em grupo. Policiais apreenderam mais de R$ 30 mil em espécie, além de 260 vídeos de cenas de sexo com adolescentes e outras pessoas. A perícia está analisando o material.
Investigação em andamento
As investigações continuam e há indícios de que outras pessoas possam estar envolvidas. Os suspeitos responderão por omissão de assistência a crianças e adolescentes, estupro de vulnerável, abortamento realizado por terceiro e ameaças.
O padre será encaminhado para uma audiência de custódia. Em nota, a Diocese de Coari repudiou qualquer forma de abuso e exploração e expressou solidariedade às vítimas e suas famílias. A igreja também informou que tomou as providências canônicas necessárias, o que inclui o afastamento do pedófilo de suas funções religiosas.