Depois de anunciar falência, o Café Girondino recebeu proposta de compra para uma possível reabertura. Fundada em 1875, a cafeteria era a mais antiga da cidade de São Paulo. O fechamento ocorreu na última sexta-feira, 7, por causa de dificuldades em se reerguer financeiramente depois da pandemia.
Na internet, os proprietários informaram que a “pandemia deixou cicatrizes que não curaram. Lutamos bravamente. Não nos faltou valentia e resiliência. Há quase uma semana a nossa porta está fechada. E assim permanecerá”.
Os proprietários do Café Girondino também mencionaram os frequentadores assíduos do local. “A todos vocês, que construíram essa linda história com a gente, o nosso muito obrigado”, escreveram os donos, nas redes sociais.
O sócio Felipe Nunes declarou ao jornal O Globo que, depois do comunicado, houve um grande apelo dos clientes para que o fechamento não fosse definitivo. Empresários também procuraram o estabelecimento para propor planos de retomada.
Leia também:
“Recebemos relatos de frequentadores que conheceram suas esposas, fizeram seu pedido de casamento, foram com a avó pela primeira vez”, disse Nunes. “Histórias lindas e de gente que não quer que a história se perca.”
O sócio afirma que, desde a sexta-feira, recebeu propostas de empresários e que ele, junto dos demais sócios, pretendem analisar qual se encaixaria melhor ao estabelecimento.
A história do Café Girondino
Entre 1875 e 1920, o Café Girondino funcionou na esquina da Rua 15 de Novembro com a Praça da Sé. Na época do Brasil Império, era visitado pelos barões do café. Reinaugurado em 1998, na Rua São Bento, em um prédio que pertencia à Santa Casa de Misericórdia.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) construiu o local como contrapartida pela inauguração da Estação São Bento. O Girondino completaria 150 anos em 2025.
“Não tem nada fechado, até porque isso demanda tempo”, explicou Nunes. “Mas é da nossa vontade, até pelo fato de o Café Girondino completar 150 anos ano que vem.”
O estabelecimento conta com 250 lugares, distribuídos em três andares, e ainda era frequentado por turistas. Muitos visitantes eram atraídos pelo comércio da Rua 25 de Março, mas alguns iam especialmente ao local para conhecer o cardápio e o “charmoso” café, afirma o sócio.