domingo, novembro 10, 2024
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Depois de esconder dados sobre ianomâmis, governo Lula informa 74 mortes no 1º semestre

Depois de um “apagão” nos dados sobre mortes entre os ianomâmis da Terra Indígena Yanomami entre fevereiro e julho, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva finalmente divulgou os dados relativos ao primeiro semestre.

Na segunda-feira 5, o Ministério da Saúde anunciou que 74 indígenas dessa área morreram no primeiro trimestre deste ano. O número representa uma redução de 33% em relação ao número do mesmo período de 2023, quando houve 111 mortes.

Os dados fazem parte de um novo boletim, o primeiro com dados de 2024. Segundo o ministério, houve oficialmente nove mortes por infecção respiratória aguda (nesse mesmo período de 2023, haviam sido 22), cinco mortes por desnutrição (no ano passado, foram 17) e cinco mortes por malária (em 2023, foram dez).

A única causa de morte definida que registrou aumento no primeiro semestre de 2024 foram as agressões: elas causaram 15 mortes em 2023 e 18 neste ano. Diarreia infecciosa matou quatro pessoas (seis em 2023), causas perinatais e de anomalias congênitas mataram quatro pessoas (cinco em 2023), neoplasias mataram uma pessoa (duas em 2023) e uma pessoa se suicidou na área (três em 2023).

Outros dados do governo Lula sobre as mortes entre ianomâmis

O presidente Lula ao lado do cacique Raoni, da etnia caiapó - 28/4/2023 | Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula ao lado do cacique Raoni, da etnia caiapó – 28/4/2023 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Doenças respiratórias variadas, que não as infecções respiratórias agudas, mataram duas pessoas (uma em 2023), doenças infecciosas variadas que não a diarreia causaram duas mortes (três em 2023). Outras causas externas mataram sete pessoas (11 no registro em 2023), causas mal definidas mataram oito pessoas (dez em 2023) e outras causas mataram oito pessoas (6 em 2023).

No relatório, para se contrapor às críticas que vinha sofrendo até a divulgação do último relatório mensal, em fevereiro (com dados referentes a dezembro de 2023), o Ministério da Saúde ressaltou a ampliação do atendimento de saúde aos indígenas.

“No início de 2023, aproximadamente 5.224 indígenas não tinham acesso aos serviços de saúde nos polos-base de Kayanaú, Homoxi, Hakoma, Ajaraní, Haxiú, Xitei e Palimiú”, diz o ministério. “Até abril de 2024, todos esses polos base foram reabertos”, ainda que parcialmente, afirma o governo.

“No início da declaração da emergência (em saúde) em 2023, contávamos com 690 profissionais (de saúde) contratados”, continua o relatório. “Desse período para agora, houve aumento de 807 profissionais”, chegando aos 1.497 que estão disponíveis atualmente. Anteriormente, o Ministério da Saúde vinha recusando até pedidos de dados por Lei de Acesso à Informação (LAI), incluindo os do Estadão, alegando que estava revisando as informações para divulgação.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

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