sábado, outubro 5, 2024
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Denúncia de engenheiro causa nova crise

O engenheiro Sam Salehpour acusou a Boeing de usar atalhos na construção dos modelos 777 e 787 de aeronaves. Salehpour denunciou suas preocupações aos órgãos reguladores dos Estados Unidos. E, agora, a empresa – uma das maiores fabricantes de aviões comerciais do mundo – enfrenta uma nova crise.

Para quem tem pressa:

  • O engenheiro da Boeing Sam Salehpour acusou a empresa de usar atalhos na construção dos modelos 777 e 787, o que, para ele, pode comprometer a segurança das aeronaves;
  • Salehpour afirmou ter sofrido retaliação por expressar preocupações, incluindo ameaças de demissão e exclusão de atividades cruciais;
  • A Boeing negou as alegações, defendendo a segurança e durabilidade dos modelos citados, enquanto enfrenta queda nas ações e uma nova investigação pela Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês);
  • O caso é parte de uma série de desafios enfrentados pela Boeing, que inclui questões de segurança anteriores e mudanças na liderança. É uma fase turbulenta para a fabricante de aeronaves.
(Imagem: vaalaa/Shutterstock)

Salehpour também alegou ter sido “ameaçado de demissão” após levar suas preocupações relacionadas à segurança nas aeronaves aos seus chefes. Já a Boeing afirma que as acusações do engenheiro são “imprecisas”. E também reforça a segurança e longa vida útil dos modelos em questão, conforme repercutido pela BBC.

A denúncia do engenheiro, trazida à tona pelo jornal New York Times, é o caso mais recente no qual se questiona a segurança de aviões fabricados pela Boeing. E casos assim têm impacto econômico. As ações da empresa caíram quase 2% na terça-feira (09), após a Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA anunciar que investigava a nova denúncia.

Nova crise na Boeing

Cabine e turbina de Boeing 737 Max
(Imagem: Coby Wayne/Shutterstock)

Em suma (e de acordo com as advogadas do engenheiro), o lado de Salehpour dessa história começa assim: a Boeing tomou decisões relacionadas à montagem das aeronaves 787 que colocavam pressão nas articulações que ligavam partes do corpo dos aviões, problema que afetaria mais de mil aeronaves, podendo reduzir sua vida útil.

Em comunicado, as advogadas Debra Katiz e Lisa Banks acrescentaram: “Esses problemas são o resultado direto da decisão da Boeing nos últimos anos de priorizar os lucros em detrimento da segurança, e de um regulador na FAA que se tornou reverente demais à indústria.”

A defesa do engenheiro também afirmou que a Boeing o transferiu  para trabalhar no modelo 777 após ele levantar preocupações sobre a segurança do 787. E Salehpour também observou problemas na construção do 777.

Ainda segundo as advogadas do engenheiro, depois disso “ele foi ameaçado de demissão, excluído de reuniões, projetos e comunicações importantes, teve pedidos razoáveis de licença médica negados, foi designado a realizar trabalhos fora de sua área de especialidade, e declarado efetivamente persona non grata a seus colegas”.

Turbulência na Boeing

(Imagem: VDB Photos/Shutterstock)

A Boeing tem enfrentado bastante pressão desde o começo de janeiro, quando uma porta se soltou de um 737 Max da Alaska Airlines em pleno voo. O incidente reforçou uma longa série de problemas de segurança e fabricação que se acumularam no histórico da Boeing.

Mudanças na liderança também ocorreram em meio à turbulência atual na Boeing. A empresa anunciou, no final de março, que o CEO David Calhoun vai deixar seu cargo no final de 2024 como parte de mudanças amplas na gestão. O Olhar Digital publicou um compilado (resumido) dos problemas enfrentados recentemente pela Boeing, com base no “remember” da Associated Press (AP).

Via Olhar Digital

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