O ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol solicitou ao Ministério da Gestão e Inovação todos os documentos que comprovem a agenda oficial da primeira-dama Janja da Silva durante a recente viagem dela ao Japão.
“Janja tem que prestar contas”, disse ele em publicação no X. Ela embarcou para o Japão uma semana antes da comitiva presidencial, que incluía ministros, parlamentares e lideranças partidárias.
De acordo com Dallagnol, o pedido de explicações ao governo federal foi simples. “Se a viagem foi oficial, onde estão os registros que justifiquem essa antecipação com recursos públicos?”, explica. A solicitação foi feita com base na Lei de Acesso à Informação.
✈️🇯🇵 Janja tem que prestar contas! E por isso, solicitamos ao Ministério da Gestão e Inovação todos os documentos que comprovem a agenda oficial da primeira-dama em sua viagem ao Japão.
🤔 Janja embarcou uma semana antes da comitiva presidencial, que incluía ministros,… pic.twitter.com/EDYaGlgnTx
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 24, 2025
“Mesmo fora do mandato, seguimos firmes na missão de fiscalizar e defender a transparência no uso do dinheiro público”, diz o ex-procurador da Lava Jato.
Dallagnol foi o deputado federal mais votado do Paraná, onde concorreu pelo partido Novo. No entanto, ele teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral apenas quatro meses depois de tomar posse do cargo.
Janja vai emendar ida à França na viagem ao Japão
No último dia 15, Janja viajou ao Japão junto com a equipe precursora de Lula. O grupo, composto de assessores, policiais e membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), costuma viajar antes do presidente para preparar as visitas oficiais.

O governo adotou sigilo sobre as atividades da primeira-dama no Japão. Na semana passada, ela participou de um evento de sustentabilidade ligado à COP30, que vai acontecer em novembro, em Belém, além de uma atividade cultural na Embaixada do Brasil em Tóquio.
Antes de voltar ao Brasil, Lula autorizou a participação de Janja na Cúpula Nutrição para o Crescimento, entre 26 e 30 de março, em Paris, a convite do governo francês.
Recentemente, o governo montou um grupo informal com o objetivo de “blindar” a primeira-dama. Em fevereiro, ela chegou a ensaiar um recolhimento para evitar desgastes, mas voltou à cena ao insistir em fazer viagens internacionais, mesmo em meio a avaliações internas de que seus roteiros fora do país causam impacto negativo na imagem de Lula.