Miguel Vidigal, advogado do padre José Eduardo, criticou o relatório da Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. O documento, tornado público nesta terça-feira, 26, afirma que o religioso teria participado do plano.
Em entrevista na edição desta quarta-feira, 27, do Oeste Sem Filtro, Vidigal diz que “o relatório não está claro”. Segundo ele, a PF tenta incriminar o padre José Eduardo por meio de deduções e interpretações. “Isso não é permitido pelo Código Penal Brasileiro”, ressalta. “Nunca ocorreu algo parecido antes.”
Relatório da Polícia Federal vazou antes de Moraes torná-lo público
Vidigal ainda criticou o fato de o relatório ter sido vazado antes de Moraes torná-lo público. Ele afirma ter recebido o material por WhatsApp, antes mesmo de estar disponível no sistema do STF. “É peculiar”, disse. “Como que vaza um relatório tão importante?”
Outro método de incriminar o padre, segundo Vidigal, é tentar provar que ele tinha contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O advogado afirma, contudo, que o religioso nunca escondeu a amizade que tem com Bolsonaro. “Inclusive, o atendeu quando levou a facada”, afirmou. “É o trabalho dele, cuidar das pessoas.”
Os próximos passos
Moraes enviou o relatório da PF para a Procuradoria-Geral da República (PGR). O envio ocorre depois de o ministro, que é relator da investigação, analisar o documento com mais de 800 páginas.
Agora, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai analisar o material para elaborar sua manifestação sobre a denúncia. Ele também pode arquivar o caso, ou pedir novas diligências. Vidigal acredita que Gonet vai pedir o arquivamento do documento.