A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou os termos “indignação” e “inconformismo” para se manifestar a respeitar da operação da Polícia Federal (PF) em que ele e aliados foram alvo nesta quinta-feira (8).
Em nota, assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten, também foi criticada a medida que determinou a entrega do passaporte de Bolsonaro, “absolutamente desnecessária”, segundo os defensores.
Nesta quinta, a PF encontrou, na sede do PL em Brasília, na sala ocupada pelo ex-presidente, um documento de cunho golpista, dizem fontes ligadas à investigação. Segundo policiais que participam da apuração, o documento apresentava supostas razões para decretar “estado de sítio” no país e aparentava ser um pronunciamento à nação.
Além da minuta, a participação de Bolsonaro em reuniões com teor golpista também consta nas investigações da PF. Para investigadores, ao pedir mudanças na minuta, Bolsonaro efetivamente participou dos acertos e não apenas ouviu.
Uma vez realizadas as mudanças na minuta de decreto, Bolsonaro teria convocado os comandantes das forças militares para pressioná-los a aderir ao golpe.
Ainda não é possível saber como a PF apurou essas informações — se apenas através da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ou se há outros elementos de confirmação.
Leia a íntegra da nota da defesa de Bolsonaro:
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, diante das medidas cautelares deflagradas nesta data, e que contemplaram, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos, vem manifestar sua indignação e inconformismo.
O ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.
A despeito disso, desde março vem sendo alvo de repetidos procedimentos, que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas que repetidamente lhe vem sendo impingidas.
A despeito de sua absoluta voluntariedade e disponibilidade em comparecer a todos as convocações feitas por determinação do Supremo Tribunal Federal, foi- lhe determinada a apresentação de seu passaporte, impedindo-lhe, portanto, de realizar quaisquer viagens internacionais.
A medida se mostra absolutamente desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e o regular andamento da investigação, os quais sempre foram respeitados.
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