A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que ele ficou em silêncio durante o depoimento realizado pela Polícia Federal (PF) porque não teve acesso integral aos elementos da investigação.
Bolsonaro foi convocado a prestar depoimento nesta quinta-feira no âmbito da investigação que apura suposta tentativa de golpe de Estado.
“Até que se tenha o legítimo e amplo acesso à investigação, o presidente Bolsonaro não prestará qualquer declaração, não abdicando de fazê-lo tão logo lhe seja garantido o referido acesso”, afirmou a defesa.
A defesa do ex-presidente afirmou que há elementos mantidos ocultos como, por exemplo, os termos de declarações da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Os advogados também argumentaram que não tiveram acesso integral as provas que teriam sido extraídas de celulares e computadores apreendidos.
Durante a semana, a defesa do ex-presidente tentou, por três vezes, adiar o depoimento com a justificativa de que não teria acesso a todas as informações sobre a investigação. Os três pedidos foram negados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas decisões de Moraes, ele afirmou que deu acesso “a todas as diligências efetivadas e provas” da investigação.
“[A defesa] insiste nos mesmos argumentos já rejeitados em decisão anterior, onde ficou absolutamente claro que o investigado teve acesso integral à todas as diligências efetivadas e provas juntadas aos autos e que não há motivos para qualquer adiamento do depoimento marcado pela Polícia Federal para o dia 22 de fevereiro próximo”, argumentou Moraes em uma das decisões.
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