domingo, fevereiro 23, 2025
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Decepar e pregar crânios era comum na Espanha, veja motivo

Vários crânios decapitados e pregados em paredes foram encontrados na Catalunha, região que pertence à Espanha. Um estudo recente revelou que a prática era frequente na Idade do Ferro por lá, um sinal da escalada da violência territorial.

A pesquisa também deu detalhes sobre uma espécie de classificação dos crânios, com base onde eles foram localizados, e nos motivos para a prática.

Localização geográfica de onde os crânios foram achados (Imagem: Journal of Archaeological Science: Reports/Reprodução)

Crânios decepados eram comuns

De acordo com o IFLScience, casos de decapitação parecem ter sido comuns no século VI a.C., na Idade do Ferro, com base na quantidade de crânios encontrados na Catalunha. Além das ossadas, pesquisas descobriram assentamentos fortificados da mesma época, alguns deles com armas ao lado de corpos com ferimentos não curados (indicando que foram fatais, possivelmente em uma luta).

Para descobrir mais sobre os achados, o estudo realizou uma análise isotópica de sete dos crânios, quatro encontrados no assentamento Puig Castellar, em Barcelona, e três no sítio Ullastret, em Girona.

Eles descobriram que as amostras parecem ter sido tratadas com óleo de cedro e outros produtos químicos, indicando “a existência de especialistas ou indivíduos com conhecimento específico das técnicas para esta preparação”. Com base nisso, os pesquisadores escreveram que a atividade era realizada com “alguma regularidade“.

Crânios foram categorizados

Muitos dos crânios foram pregados em paredes, em uma espécie de exibição, um sinal da escalada da violência por território na região. O estudo dividiu as exibições em três categorias:

  • Crânios pregados nas paredes de casas foram interpretados como pertencentes a inimigos ou indivíduos que enfrentam algum tipo de punição;
  • Aqueles encontrados dentro de fossos de armazenamento foram interpretados como oferendas;
  • Aqueles encontrados em espaços domésticos foram interpretados como pertencentes aos inimigos mais importantes.

A análise isotópica dos crânios também revelou que uma das cabeças encontradas em Puig Castellar veio de um local próximo, enquanto as outras três eram de indivíduos vindos de longe. Os quatro foram achados em áreas de “grande exposição pública”, como o portão de entrada do assentamento, levando os pesquisadores a acreditar que tratavam-se de troféus de guerra.

Dos achados de Ullastret, dois crânios estavam exibidos em ambiente doméstico e eram de pessoas locais, possivelmente uma disputa de poder entre grupos familiares ou facções. Já o terceiro pertencia a um forasteiro e foi encontrado em uma cova, podendo ser um troféu de guerra de um inimigo. A prática de decepar cabeças era documentada entre os gauleses do sul da França, uma possível origem desse indivíduo.

Crânio
Crânios eram exibidos por diferentes motivos, desde exibição de poder até importância da pessoa na comunidade (Imagem: SibFilm/Shutterstock.com)

Como funcionava a seleção

O estudo indicou que os indivíduos não eram escolhidos aleatoriamente para a decapitação, mas que os motivos variavam.

Por exemplo, em Puig Castellar, a prática tinha relação com a demonstração de poder e intimidar inimigos. Já em Ullastret, a localização dos crânios indicava quem eram os habitantes mais importantes e venerados pela comunidade local.


Via Olhar Digital

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