sábado, abril 26, 2025
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De Tiradentes para capital: Tragaluz abre nova casa em Belo Horizonte

Apesar de estar localizado a quase 200 quilômetros de Belo Horizonte, o Tragaluz é nome constante em listas de melhores restaurantes do Brasil. Com 25 anos de história e funcionando em um casarão reformado com quase 300 anos, o estabelecimento sempre encontrou certa resistência de deixar a pequena Tiradentes, um importante destino gastronômico do país.

O restaurante foi um dos primeiros a revestir a tradicional gastronomia mineira com elementos contemporâneos. O jiló, canjiquinha, carne de porco e goiabada cascão ganharam destaque nos preparos, servidos em louças inglesas ao lado de taças de cristal e guardanapos de linho. O simples elevado ao sofisticado.

E como levar essa essência para outras praças? Apesar disso, a ideia de sair dos domínios da Serra de São José existe há tempos. O jeito foi criar um irmão mais novo do restaurante, que carregasse seu DNA mas com uma identidade própria. “Compreendemos que o Tragaluz tem complexidade operacional própria, pela sua história e pela ambiência única que oferece. Isso nos levou a desenhar um formato mais fluido, com maior capacidade de replicação e adaptação a diferentes contextos”, explica o sócio Pedro Navarro.


Felipe e Pedro em frente ao Tragaluz, em Tiradentes
Felipe e Pedro em frente ao Tragaluz, em Tiradentes • Magê Monteiro

Assim nasceu o Lagar. E já em dose dupla. Desde fevereiro, o restaurante funciona em Tiradentes  – em um imóvel colonial quase em frente ao Tragaluz, na Rua Direita – e a segunda unidade abre no dia 1º de maio no quarto andar do Diamond Mall, em Belo Horizonte. Apesar de estar impresso, literalmente de trás para frente, na palavra Tragaluz, lagar é o lugar onde a fruta é espremida: a uva se transforma em vinho e a azeitona em azeite. A partir desse conceito foi desenhado todo o mote gastronômico da casa.

A cozinha, assinada pelo chef Felipe Rameh, com passagens pelos estrelados Mugaritz (País Basco), Le Chalet de La Forret (Bruxelas) e D.O.M (São Paulo), é limpa. Sem maquiagem. Ao retirar os excessos, Felipe potencializa o que cada ingrediente tem de melhor. Isso reflete uma curadoria cuidadosa e uma técnica aplicada com respeito, para extrair o máximo de sabor e identidade dos elementos.

As receitas são inspiradas em regiões produtoras de vinho e azeite ao redor do mundo, como Portugal, Espanha, Líbano e Grécia. Minas também não foi esquecida e está pontuada em diversas criações. A rastreabilidade dos ingredientes faz parte da filosofia do chef, que busca valorizar todos os envolvidos no processo, do campo a mesa. “A burrata que servimos é um exemplo disso. Trata-se de uma iguaria italiana, feita por um italiano que reside em Minas, e é servida com uva confitada em vinho mineiro, finalizada com azeite também mineiro. Uma verdadeira homenagem à simplicidade e à sofisticação das tradições gastronômicas”, afirma Felipe.

Na categoria principais, o Arroz Mar e Montanha é uma combinação de arroz de grão curto tostado na frigideira e cozido em caldo de frutos do mar e porco, finalizado com tentáculos de polvo, linguiça, legumes verdes e aioli picante (R$ 169). Para homenagear o Tragaluz, vieram do seu cardápio quatro grandes clássicos da casa: a Pintada, arroz caldoso com paio e especiarias, finalizado com galinha d’Angola confit, telha de angu e micro brotos (R$ 164); a Lasanha, preparada com ragu de rabada e costela, pomodoro, creme fresco, parmesão, roti e pesto (R$ 98).


Doce de leite levemente queimado com queijo canastra e sorvete de queijo
Doce de leite levemente queimado com farofinha de nozes, queijo Canastra e sorvete de queijo • Magê Monteiro

As outras duas receitas escolhidas estão entre as sobremesas. Claro que não poderia estar de fora a mais famosa delas – inclusive já sendo citada no jornal New York Times como um dos grandes símbolos da gastronomia mineira – a Goiabada Tragaluz, goiabada cascão prensada na castanha-de-caju, frita na manteiga, servida com queijo cremoso e sorvete de goiaba (R$ 59). E o Doce de leite ligeiramente queimado com farofinha de nozes, queijo Canastra meia cura e sorvete de queijo (R$ 49).

No geral, o Lagar é um restaurante que apresenta pratos clássicos com uma pitada de inovação. Traz a alma mineira repleta de tradição sem deixar de flertar com o contemporâneo, novos modos de fazer e diferentes culturas. É um mineirinho viajado.

Lagar Tragaluz DiamondMall: Av. Olegário Maciel, 1600, Santo Agostinho, Belo Horizonte – MG / Tel.: (32) 99924-1035 / Horário de funcionamento: almoço, todos os dias, das 12h às 15h e café winebar das 15h às 18h / Jantar: das 19h às 23h, segunda a sábado, e domingo e feriados, das 19h às 22h. 

Lagar Tragaluz Tiradentes: Rua Direita, 55, Tiradentes – MG / Tel.: (32) 99924-1035 / Horário de funcionamento: quinta, das 19h às 23h; sexta e sábado, das 12h às 00h; e domingo, das 12h às 16h. 

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Via CNN

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