sexta-feira, novembro 22, 2024
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Danos na cápsula da Artemis 1 foram maiores que o esperado

Em dezembro de 2022 a primeira missão do programa Artemis voltou para Terra, e agora, um relatório de vigilância revelou que a espaçonave Orion sofreu danos em mais de 100 lugares durante sua reentrada na atmosfera. Os problemas foram muito maiores do que os engenheiros da NASA esperavam, levantando dúvida sobre a probabilidade do programa acontecer como o esperado.

Para quem tem pressa:

  • O relatório de vigilância revelou problemas no escudo térmico, em alguns parafusos da espaçonave e na estrutura de lançamento;
  • Além disso, também foi demonstrada a preocupação de que esse problemas atrapalhem o cronograma do programa Artemis;
  • A NASA apontou que o tom do relatório os deixou preocupados, visto que os problemas apontados já estavam sendo discutidos.

Problemas na Orion

Durante a reentrada, a cápsula enfrentou temperaturas de 2700 graus Celsius em velocidades de 40 mil quilômetros por hora. Apesar dela ter sobrevivido, fotos do seu escudo térmico mostraram que ao invés dele derreter como o previsto, na verdade, teve ranhuras que parecem pequenos buracos. Segundo o relatório, se algo parecido acontecesse nas próximas missões Artemis, os problemas poderiam levar a perda do veículo ou até mesmo da tripulação.

Orion após aterrissar no Oceano Pacífico (Crédito: NASA/James M. Blair)
Orion após aterrissar no Oceano Pacífico (Crédito: NASA/James M. Blair)

O relatório também destaca como os problemas da espaçonave podem criar desafios para a NASA e para seu cronograma de volta da humanidade à Lua. A missão Artemis 2 estava inicialmente prevista para acontecer em 2024, mas no início do ano a agência adiou-a para não antes de setembro de 2025, muito para entender como os danos do escudo térmico se deram.

Apesar de recentemente o administrador da NASA, Bill Nelson, ter apontado em um comitê no Congresso, que ainda acredita que o pouso humano na Lua aconteça até o final de 2026, o relatório sugere o contrário. Além dos problemas no escudo térmico, os parafusos no módulo da tripulação foram expostos causando um maior aquecimento e erosões maiores que o esperado.

O relatório de vigilância também apontou que o foguete do Sistema de Lançamento Espacial, que levou a Orion até o espaço, acabou causando problemas nos equipamentos terrestres, como danos a um elevador na torre de lançamento. Todos os reparos à estrutura custaram cerca de 25 milhões de dólares à NASA, quando a previsão era que isso custasse apenas 5 milhões.

Como a NASA recebeu o relatório

O relatório preocupa a NASA, Catherine Koerner, administradora associada da agência, em resposta ao Washington Post, apontou que os problemas já estavam sendo abordados antes da publicação do relatório.

Danos no escudo térmico da Oríon (Crédito: NASA)
Danos no escudo térmico da Oríon (Crédito: NASA)

A NASA esperava descobrir e resolver problemas antes do Artemis 2. Esse processo de encontrar e enfrentar desafios de engenharia é uma parte natural do processo de projeto, teste e correção. A NASA está preocupada de que o tom do relatório possa sugerir que o [Inspetor Geral] identificou os riscos discutidos, quando, na verdade, todas as recomendações já estavam sendo abordadas pela NASA através de uma disposição baseada no risco antes da auditoria.

Catherine Koerner

A NASA formou uma equipe de investigadores para entender como a erosão aconteceu e porque seu desempenho foi diferente do esperado. Até agora, os pesquisadores não chegaram a uma conclusão, visto que não é possível recriar as condições de reentrada na atmosfera. Além disso, os engenheiros estão investigando maneiras de mitigar a perda de carvão no escudo térmico, modificando seu design e planejando outras trajetórias de reentrada da Orion na atmosfera.

Via Olhar Digital

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