Não espere que Daniel Radcliffe, 34, e J.K. Rowling, 58, se reúnam tão cedo. O britânico alcançou a fama como protagonista de “Harry Potter”, franquia de filmes extremamente bem-sucedida baseada nos livros de Rowling, mas os dois não se entendem quando se trata dos direitos da comunidade transgênero.
Em uma entrevista publicada em The Atlantic, Radcliffe falou sobre os comentários de Rowling que foram interpretados por muitos como transfóbico. “No final das contas, isso me deixa realmente triste porque eu olho para a pessoa que conheci, os momentos em que nos encontramos, os livros que ela escreveu, o mundo que ela criou e tudo isso é, para mim, tão profundamente empático”, disse ele, acrescentando que não teve contato com ela nos últimos anos.
Em 2020, a escritora postou uma série de tuítes em resposta a um artigo que usava a frase “pessoas que menstruam” e afirmou sua visão de que os aspectos do movimento trans estão minando os direitos das mulheres. A CNN entrou em contato com representantes de Rowling para comentar.
Radcliffe lançou uma declaração através do Trevor Project logo após as postagens de Rowling em 2020. “Mulheres trans são mulheres”, escreveu em sua declaração. “Qualquer afirmação contrária apaga a identidade e dignidade das pessoas transgênero e vai contra todos os conselhos dados por associações profissionais de saúde que têm muito mais experiência nesse assunto do que [Rowling] ou eu.”
O ator e seus colegas de “Harry Potter”, Emma Watson e Rupert Grint, expressaram individualmente seu apoio à comunidade trans, algo que a mídia britânica, em particular, tem usado para mostrar que os membros do elenco descordam da mulher cujos livros os ajudaram a fazer carreira.
“Há uma versão de ‘Essas três crianças são ingratos mimados?’ que as pessoas sempre quiseram escrever, e finalmente conseguiram”, ele disse à The Atlantic. “Então, bom para eles [a mídia], eu acho.”
Mas, enquanto comentava que “obviamente Harry Potter não teria acontecido sem” Rowling e, consequentemente, “nada em minha vida provavelmente teria acontecido da maneira como é sem essa pessoa”, ele acrescentou: “Mas isso não significa que você deva as coisas que realmente acredita a outra pessoa por toda a sua vida.”
Rowling postou recentemente no X, antigo Twitter, sobre um relatório cujas descobertas ela usou como confirmação de suas opiniões. Um seguidor observou que eles estavam “apenas esperando por Dan e Emma para lhe dar um pedido de desculpas público.”
Rowling respondeu: “Receio que não seja seguro.” Ela caracterizou o trio como “celebridades que se aproximaram de um movimento com a intenção de minar os direitos duramente conquistados das mulheres”.
“Continuarei a apoiar os direitos de todas as pessoas LGBTQ, e não tenho mais comentários além disso”, Radcliffe disse a Atlantic em resposta.