A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) cobrou um posicionamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o suposto caso de assédio sexual cometido pelo seu ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A situação veio à tona nesta quinta-feira, 5, por meio de denúncia do portal UOL e do site Metrópoles.
“Acabei de receber a notícia de que o atual ministro de Diretos Humanos do governo Lula está sendo acusado de assédio sexual”, relatou Damares em vídeo. “Assediando mulheres, inclusive, uma das vítimas é a atual ministra da Igualdade Racial [Anielle Franco].”
Segundo as notícias divulgadas, Silvio Almeida teria cometido assédio sexual contra 14 mulheres, incluindo Anielle Franco. Servidores também acusam o ministro de Lula de praticar assédio moral e provocar pedidos de demissões em série na pasta.
“Ontem eu já estava chocada com o número enorme de notícias de que no Ministério de Direitos Humanos estão acontecendo inúmeros casos de assédio moral”, disse a senadora. “Assédio moral que está sendo investigado naquele ministério. Agora, hoje, somos surpreendidos com a notícia de assédio sexual.”
A ex-ministra dos Direitos Humanos também destacou que “não resta nenhuma outra alternativa para o presidente Lula agora, que não seja o imediato afastamento deste ministro”.
Damares cita caso de ex-presidente da Caixa acusado de assédio sexual
Para embasar a cobrança pelo afastamento do ministro Silvio Almeida, a senadora Damares Alves citou o caso do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, que se tornou réu por assédio sexual e moral depois que a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra ele.
Damares Alves afirmou que “quando chegaram as denúncias” durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), mesmo “conhecendo a família” de Pedro Guimarães, e que “mesmo sendo um homem respeitoso comigo e com minha equipe”, recomendou seu afastamento imediato.
“Mesmo ele me ajudando no disque 100 e 180, e em diversas campanhas para salvar crianças, mesmo assim, eu falei com o presidente Bolsonaro que ele precisava ser afastado do cargo durante as investigações”, afirmou.
Neste sentido, a parlamentar disse que repete seu ato “da mesma forma para o presidente Lula”. Afirmou que “esse ministro tem que ser afastado hoje de seu cargo” e que “se for verdade que ele assediou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, eu quero aqui registrar minha solidariedade”.
“Somos de espectro político diferentes, mas eu respeito a ministra Anielle e aqui eu quero registrar minha solidariedade a ela”, ressaltou. “E ao presidente Lula um apelo: imediato afastamento deste homem, que assedia mulheres. Um homem que comete assédio sexual de mulheres não pode estar no lugar de poder e de decisão.”
Por fim, Damares Alves indicou que não estar “acusando” o ministro dos crimes, mas “repetindo o que as matérias estão registrando”. Sinalizou que nas reportagens foi citado que “outros ministros do governo sabiam” do caso de assédio sexual.
“Se outros ministros sabiam ou são coniventes com o assédio sexual, fica dado o meu recado. Inadmissível esse homem se manter na pasta”, finalizou a senadora.