sexta-feira, setembro 20, 2024
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dados bancários serão partilhados com autoridades fiscais

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sexta-feira passada, 6, que os bancos podem compartilhar dados bancários com autoridades fiscais estaduais. Essa decisão, aprovada em uma votação apertada de 6 a 5, está gerando debates sobre privacidade e fiscalização.

Os ministros do STF validaram o convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o qual obriga instituições financeiras a informarem os Fiscos estaduais sobre operações realizadas via Pix e cartões de débito e crédito. O objetivo é aprimorar a eficiência na fiscalização do ICMS.

O Confaz é composto de secretários de Fazenda de todos os Estados e do Distrito Federal e é presidido pelo Ministério da Fazenda. A medida foi contestada pelo Conselho Nacional do Sistema Financeiro (Consif), que argumentou que a ação viola as leis de sigilo bancário ao impor novas obrigações no processo de recolhimento do ICMS.

A ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, votou a favor da constitucionalidade do convênio. Ela enfatizou que “o sigilo dos dados bancários deve ser preservado pelas autoridades fiscais” e que a privacidade garantida pela Constituição “não é absoluta”. Ela destacou que essa flexibilização é necessária para a eficiência da fiscalização tributária.

Opiniões divergentes entre ministros do STF

Por outro lado, o ministro Gilmar Mendes votou contra a constitucionalidade, expressando preocupações sobre a proteção das informações pessoais. Ele defendeu a ideia de que deveriam existir regras mais rigorosas para evitar o acesso irrestrito aos dados bancários, protegendo os direitos dos contribuintes. Outros magistrados do STF que votaram contra foram Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Nunes Marques e André Mendonça.

A decisão do STF significa que os dados bancários dos cidadãos brasileiros poderão ser compartilhados com as autoridades fiscais estaduais para fins de fiscalização tributária. A ministra Cármen Lúcia destacou que a obrigação de preservar o sigilo dos dados continua com as autoridades fiscais, que devem usar essas informações exclusivamente para a fiscalização do ICMS.

A decisão dividida dos ministros do STF reflete a complexidade da questão. De um lado está a necessidade de aumentar a eficiência da fiscalização tributária, de outro está a proteção dos direitos individuais e da privacidade dos dados dos contribuintes. Esta medida visa a garantir maior eficiência na arrecadação do imposto, especialmente com o crescimento das transações eletrônicas, como Pix e cartões de crédito.

Com o aumento das transações eletrônicas e a evolução dos métodos de pagamento, a medida visa a assegurar que todas as operações sejam monitoradas de perto para evitar a sonegação fiscal. No entanto, é essencial que as autoridades fiscais cumpram rigorosamente seu papel de proteger o sigilo dos dados, garantindo a segurança e a privacidade das informações dos contribuintes. A decisão do STF promete impactar significativamente a relação entre cidadãos e fisco no Brasil.

Via Revista Oeste

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