domingo, junho 30, 2024
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CVM tem 11 investigações sobre fraudes na Americanas –

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga 11 casos que envolvem a Americanas, incluindo suspeitas que vão além da apuração feita pela Polícia Federal (PF), que deflagrou operação contra ex-diretores da varejista na quinta-feira 27.

Atualmente, a CVM conduz dois inquéritos, um processo administrativo sancionador e oito processos administrativos sobre a crise da Americanas. Um desses processos sancionadores foi encerrado com acordo de multa por uma ex-diretora.

A autarquia federal já havia identificado indícios de uso de informações privilegiadas por Miguel Gutierrez e Ana Saicali, ex-presidente e ex-diretora da empresa, informou nesta sexta-feira, 28, a Folha de S.Paulo.

Além disso, a CVM encontrou irregularidades nas vendas de ações por outros ex-executivos, em investigações ainda em andamento. Os processos abertos para apurar fraudes contábeis na varejista também não foram concluídos.

Novos detalhes sobre as investigações da CVM

Relatório da CVM de 2023, ao qual a Folha teve acesso, revela vendas de ações por outros cinco ex-executivos não mencionados na Operação Disclosure da Polícia Federal, que pediu a prisão de Gutierrez e Saicali.

Segundo análise técnica da CVM, esses executivos evitaram prejuízos ao vender ações antes da divulgação das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nos balanços de janeiro de 2023. A PF estima o rombo em R$ 25,2 bilhões.

A área técnica da CVM não concluiu fraude na venda das ações, mas identificou indícios de uso de informações privilegiadas. Em março de 2023, a lista foi enviada ao Ministério Público Federal (MPF).

Impacto das investigações e ações da CVM

Nenhuma investigação sobre informação privilegiada ou gestão financeira foi concluída pela CVM. Dois processos com acusações tratam da divulgação da crise. Em um caso, a ex-diretora financeira Camile Loyo Faria pagou multa de R$ 2,4 milhões para encerrar o processo. Em outro, a CVM rejeitou acordos com Sergio Rial e João Guerra Duarte Neto.

A Associação Brasileira de Investidores (Abradin) afirmou à Folha que “causa estranheza apenas Ana Saicali estar junto com Miguel Gutierrez nessa operação, já que praticamente todos os ex-diretores cometeram o mesmo crime”.

A CVM não comentou a operação da PF da quinta-feira. Em nota, destacou a cooperação técnica com a corporação, “inclusive, no compartilhamento de informações sobre assuntos de interesse comum”. “Adicionalmente, recordamos que a CVM também mantém com o Ministério Público Federal, desde 2008, Termo de Cooperação específico”, concluiu a nota.

Via Revista Oeste

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