A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) respondeu, nas últimas horas, ao ofício enviado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e garantiu a presença para as torcidas de Cruzeiro e Palmeiras na noite desta quarta-feira (4), às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte. As equipes de Fernando Diniz e Abel Ferreira vão medir forças pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com o posicionamento da PM, cabe à CBF aceitar ou não o efetivo da corporação para definir se a partida contará com algum público, seja ele misto (duas torcidas) ou com apenas a presença de cruzeirenses. Vale ressaltar que, na noite dessa terça (3), a CBF já havia definido que o jogo não teria torcida pela falta de sinalização da PM.
Na manhã desta quarta (4), a Polícia fará uma entrevista coletiva para explicar o esquema de segurança.
De acordo com a nota enviada à CBF, assinada pelo Coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, comandante-geral da corporação, a Polícia Militar se comprometeu a adotar “todas as medidas cabíveis para garantir a segurança interna e externa”.
Segundo apuração da Itatiaia, o Cruzeiro recebeu o posicionamento da Polícia Militar no início da manhã desta quarta-feira (4). O clube tenta montar uma “força-tarefa” para viabilizar a presença de público no Gigante da Pampulha.
Vale lembrar que, uma decisão do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, Ricardo Sávio de Oliveira, indeferiu, na noite dessa terça-feira (3), o pedido do Governo de Minas e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por torcida única no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras. Dessa forma, a Justiça se mostrou contrária ao pedido de presença apenas da torcida mandante. No entanto, o posicionamento da PM é posterior a esse documento.
Segundo decisão do juiz, proferida às 22h30 (de Brasília) dessa terça (3), um dos motivos para o indeferimento do Governo e do MPMG foi o direito coletivo à segurança pública.
“O que não se pode é assegurar e sobrepor o direito individual dos torcedores em acompanhar presencialmente partidas de futebol ao direito coletivo à segurança pública”, destacou parte da decisão de Ricardo Sávio.
Acuso recebimento do Ofício nº 3635/2024, referente à solicitação de informações sobre o parecer da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) quanto à realização da partida de futebol envolvendo o Cruzeiro Sociedade Anônima de Futebol e Sociedade Esportiva Palmeiras, no próximo dia 04 de dezembro de 2024, na cidade de Belo Horizonte.
Considerando que se trata de um evento privado e diante da manifestação sobre a possibilidade de sua realização apenas nas modalidades de torcida mista ou com portões fechados (sem torcida), informamos que, em quaisquer dessas opções, conforme for deliberado por essa entidade, adotaremos todas as medidas cabíveis para garantir a segurança interna e externa.]
Vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões reagiu à posição da CBF de manter o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, com portões fechados.
A CBF emitiu nota na noite dessa terça-feira (3) e manteve a partida sem público.
A entidade sinalizou com a possibilidade de abrir o estádio para as torcidas de Cruzeiro e Palmeiras, mas não recebeu retorno positivo da Polícia Militar de Minas Gerais de que seria possível montar um esquema de segurança para os palmeirenses no Mineirão.
A CBF informou que criou uma força-tarefa na tarde dessa terça-feira (3), com a presença de vários dos seus diretores, no sentido de analisar o caso e tentar um recuo por parte da Polícia Militar Mineira e do Ministério Público de Minas Gerais, no sentido de oferecer segurança às torcidas de Cruzeiro e Palmeiras.
Da parte da PMMG, a entidade recebeu o comunicado de que não haveria tempo hábil para se montar a operação de segurança para a realização do jogo com as duas torcidas.
Logo, para preservar “isonomia, equilíbrio técnico e igualdade de oportunidades para todas as equipes disputantes”, uma vez que no jogo do turno, realizado em São Paulo, houve a presença das duas torcidas, a CBF entendeu que deveria manter o Mineirão com portões fechados.
Na rede social X (antigo Twitter), o vice-governador de Minas acusou a entidade de defender os interesses de clubes de Rio e São Paulo.
“Somos contrários a fechamento de portões. Nosso pedido foi de torcida única, mas se a CBF determina torcida mista, a decisão final é dela, já que o evento é privado.
Infelizmente, na hora de punir o Atlético-MG com perda de mandos de campo a CBF foi rápida. Mas quando é um time paulista a entidade faz vista grossa, colocando o Cruzeiro em risco, e obrigando o pagador de impostos de Minas a financiar a segurança dos vândalos.
Uma pena que o Palmeiras ou Flamengo tenham tratamento e benefícios que os times mineiros não recebem. Mas vamos iniciar uma discussão pública e ampla sobre os jogos em Minas.
Minas tem a melhor polícia do Brasil e os nossos times contam sempre com a atuação do Estado, mas que fique claro: nenhum criminoso fantasiado de torcedor receberá proteção e esperamos a mesma postura dos clubes”.