A companhia de veículos autônomos Cruise, subsidiária da General Motors, está sob intensa investigação após um relatório de Quinn Emanuel revelar falhas significativas na gestão do acidente ocorrido em outubro de 2023. O documento, divulgado publicamente, critica a liderança da Cruise por sua resposta inadequada e falta de transparência em relação ao incidente.
O acidente, que ocorreu em São Francisco, envolveu um pedestre sendo arrastado por um veículo autônomo da Cruise. Segundo o Inside EVs, as investigações apontam que a empresa pode ter enganado intencionalmente a mídia e órgãos reguladores, incluindo o Departamento de Veículos Motorizados (DMV) da Califórnia e a Patrulha Rodoviária da Califórnia, ao reter detalhes cruciais do ocorrido.
Durante reuniões com autoridades, como o Gabinete do Prefeito de São Francisco e a Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário (NHTSA), a empresa limitou-se a apresentar um vídeo do acidente, evitando explicações detalhadas. Relatos sugerem que problemas técnicos, como falhas na conexão de internet, prejudicaram a visualização completa do acidente pelos reguladores.
Além disso, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) emitiu uma “ordem para mostrar a causa” em dezembro de 2023, questionando a omissão de informações no relatório inicial do acidente. A comissão também destacou a falta de transparência da Cruise ao não fornecer o vídeo da colisão.
Respondendo às críticas, Cruise admitiu, em uma postagem de blog, que não atendeu às expectativas dos reguladores e comprometeu-se a seguir as recomendações do relatório. Estas incluem a reformulação da liderança para garantir responsabilidade e transparência, com a demissão de nove executivos desde o acidente. A empresa também planeja formar uma equipe regulatória interdisciplinar e revisar seus protocolos de resposta a incidentes.
No entanto, este episódio levanta questões mais amplas sobre o futuro da Cruise e seu impacto financeiro sobre a General Motors. Com um investimento de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 39,3 bilhões), a GM, liderada por Mary Barra, tem justificado os custos elevados para competir com rivais como a Waymo.
A indústria aguarda com expectativa a divulgação dos lucros anuais da GM em 30 de janeiro, que poderá oferecer mais insights sobre a viabilidade financeira contínua desse empreendimento ambicioso.