Uma crítica feita pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) sumiu do site da Agência Senado nesta quarta-feira, 16. O parlamentar reclama de censura.
Na terça-feira 15, Girão cobrou, durante sessão plenária, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A reclamação parte de denúncia de conflito de interesse em casos envolvendo advogados da Casa no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para cobrar Pacheco, o senador cearense tomou como base reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 238 da Revista Oeste. Na matéria “Imoralidade suprema”, o jornalista informa que, em 2021, o então advogado-geral do Senado, Thomaz Gomma de Azevedo, emitiu parecer contrário ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Gomma de Azevedo, no entanto, é sócio de escritório de advocacia que presta serviços a empresas com ações a serem julgadas pelo Supremo.
A partir da postura de Girão, a Agência Senado levou ao ar, inicialmente, a seguinte manchete: “Girão questiona Pacheco sobre ‘conflito de interesse de advogados do Senado no STF’”. Isso, contudo, mudou.
Quem acessa o site da Agência Senado nesta quarta-feira se depara com outra chamada. No novo título, não há menção alguma ao fato de um senador pedir esclarecimentos ao presidente da Casa. Também não aparece mais a informação de que o parlamentar está preocupado com o problema de conflitos de interesses envolvendo advogados, o Congresso Nacional e o Supremo. “Girão pede esclarecimentos sobre parecer contrário a impeachment de Moraes” passou a ser o novo título.
“Censura”, diz Girão
Em seu perfil no Instagram, Eduardo Girão reclamou da mudança. “Censura no Senado”, lamentou. “Agência muda ‘estranhamente’ manchete de um dia para o outro.”
“Tentei apurar, mas ainda não consegui saber os bastidores de uma flagrante CENSURA ao título de uma matéria produzida pela equipe da Casa”, afirmou o senador. “Parece que, por uma determinação de alguém muito poderoso, a COBRANÇA por escrito que fiz ao presidente do Senado, e que rendeu um título de matéria divulgada ontem pela Agência Senado, foi refeita para aliviar flagrantemente para os envolvidos.”
O parlamentar do Novo de Ceará ressaltou, contudo, que “o print é eterno”.