A Justiça autorizou Cristian Cravinhos, de 49 anos, condenado pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, a cumprir o restante da pena em regime aberto. A decisão contraria a manifestação do Ministério Público sobre o caso.
A decisão foi proferida nesta quarta-feira, 5, pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da comarca de São José dos Campos. Segundo ela, Cristian mantém boa conduta carcerária, cumpriu o tempo necessário para a progressão de regime, não cometeu faltas disciplinares nos últimos 12 meses e sempre retornou à penitenciária depois de saídas temporárias.
Além disso, um exame criminológico realizado pela equipe multidisciplinar apontou parecer favorável à mudança de regime.
“As objeções apresentadas pelo Ministério Público não são aptas a justificar decisão desfavorável, já que ilações subjetivas a respeito da personalidade do apenado, isoladas do contexto, não se afiguram aptas a ensejar negativa de direitos garantidos pela Lei de Execução Penal”, diz trecho da decisão judicial.
Em janeiro, o promotor Gustavo José Pedroza Silva se manifestou contra a progressão ao regime aberto, ao levar em consideração os resultados do teste de Rorschach (psicológico) do réu.
Segundo o Ministério Público, Cristian Cravinhos apresenta traços disfuncionais de personalidade, como rigidez emocional e dificuldade em lidar com emoções de forma espontânea.
“Cristian apresenta dificuldade em compreender e integrar suas emoções de maneira objetiva, resultando em reações que são frequentemente influenciadas por fantasias e ideias pouco realistas”, afirma trecho do laudo.
O exame citado pelo Ministério Público mostrou também que o réu conhece as normas sociais, mas não se identifica com elas; apresenta traços de imaturidade e uma percepção da realidade voltada para a própria perspectiva do mundo, sem empatia com as outras pessoas.
Cristian Cravinhos foi condenado em 2006
Cristian foi condenado em 2006 a 38 anos de prisão pelo duplo homicídio. Em 2017, chegou a ser beneficiado com o regime aberto, mas perdeu o direito depois de tentar subornar policiais ao ser acusado de agredir uma mulher em Sorocaba, no ano seguinte. Por esse episódio, recebeu uma nova sentença de quatro anos e oito meses de prisão.
Agora, em regime aberto, ele precisará seguir uma série de regras, como:
- Comparecer a cada três meses à Justiça para prestar esclarecimentos sobre suas atividades;
- Manter ocupação lícita;
- Respeitar o toque de recolher das 22h às 6h;
- Não mudar de endereço nem cidade sem autorização;
- Não frequentar bares nem casas de jogos.
No final de 2024, durante uma das saídas temporárias, Cristian publicou em suas redes sociais uma foto em que aparece em uma casa decorada para o Natal. Na legenda, escreveu: “Mais uma saidinha, se Deus quiser será a última”.