Criminosos associados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) torturaram, enterraram vivos e executaram membros da própria facção em Jundiaí (SP) depois de serem submetidos a um “tribunal do crime”. A apuração é do portal Metrópoles.
No primeiro semestre de 2019, quatro homens foram mortos na favela São Camilo. Três deles haviam assassinado, por engano, o irmão de um membro do PCC, na tentativa de obter uma maior participação no dinheiro de um roubo.
A quarta vítima foi executada por ameaçar o irmão e braço direito do líder da facção por um desentendimento de cunho pessoal.
Um documento do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) obtido pelo Metrópoles aponta que as vítimas teriam sido convencidas a ir para a favela acreditando que esclareceriam a situação por uma conversa.
No local, porém, eles foram “julgados” e sentenciados à morte por determinação do sintonia da região, Elias Oliveira dos Santos, o “Nego Lia”.
Criminosos ligados ao PCC foram enterrados em covas rasas
Segundo o portal, o caso veio à tona depois de um funcionário do Departamento de Água e Esgoto (DAE) da cidade identificar um corpo enterrado clandestinamente em um terreno no bairro Engordadouro, em julho de 2019.
Leia mais
Bombeiros e Polícia Civil foram acionados e encontraram duas covas rasas no local.
Em uma delas, com 50 centímetros de profundidade, estava enterrado Cláudio Dias de Moraes, que teria ameaçado Silvinho — irmão de Nego Lia — por ele ter negado ajuda ao criminoso enquanto ele estava preso.
Na outra cova, com um metro e meio abaixo do solo, estavam os corpos de William Adão, Gabriel Pereira dos Santos e José André de Souza Santos — os dois últimos estavam foragidos do sistema penitenciário de Mineiros, em Goiás.
Com exceção de Cláudio, de acordo com laudos do Instituto Médico Legal (IML) obtidos pelo Metrópoles, as demais vítimas foram enterradas ainda respirando.
Os quatro cadáveres estavam com mãos e pés amarrados e sem unhas, o que indica que foram torturados antes de morrerem.
A partir da identificação dos mortos, a Polícia Civil iniciou um trabalho para entender como os corpos foram parar no terreno e quem estaria envolvido.
Segundo apuração do Metrópoles, nenhum suspeito pela chacina e ocultação dos cadáveres está preso.