O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o crime organizado está infiltrado na área da saúde para lavar dinheiro e adquirir produtos químicos usados na produção de drogas. Ele prometeu que essas organizações criminosas enfrentarão “derrotas” através de operações de “reconquista de territórios”.
Tarcísio fez essas declarações durante o painel “Brasil 2025/26: As oportunidades nos Estados”, que ocorreu na conferência do Banco Safra, em São Paulo, na terça-feira 24.
Ele destacou a infiltração dessas organizações nas entidades sociais de saúde que prestam serviços para prefeituras.
Segundo Tarcísio, os traficantes se infiltram, pois, com uma organização social de saúde, a lavagem de dinheiro é facilitada. Os criminosos também conseguem comprar éter e acetona — produtos utilizados para o refino — com maior agilidade.
Tarcísio defende “medidas duras” contra o crime organizado
O governador também defendeu operações rigorosas contra o crime organizado, enfatizando que, em determinadas situações, a “reconquista” de territórios é necessária.
“Então, às vezes a gente é muito criticado quando faz operações duras contra o crime organizado, mas são operações de reconquista de território”, relatou.
Para Tarcísio, tais medidas são essenciais para enfraquecer o poder das organizações criminosas e retomar o controle de áreas dominadas por essas facções. Ele garantiu que o governo do Estado está comprometido em intensificar essas ações.
Em julho, o governador já havia afirmado que o Estado continuaria lutando contra a infiltração do crime organizado em negócios legais. Em entrevista à GloboNews, ele mencionou o crescimento do PCC em empresas, destacando que isso era uma preocupação para o governo.
Segundo Tarcísio, as operações ilícitas de grupos criminosos afetam negativamente o ecossistema econômico legítimo e prejudicam a competitividade das empresas que atuam dentro das regras.
Na época, uma reportagem do Estadão mostrou como o PCC atua no Tatuapé, região nobre na zona leste da capital, e utiliza métodos similares aos usados pela máfia italiana, ostentando carros de luxo, imóveis, bitcoins, fintechs e distribuição de combustível para lavar dinheiro. O bairro também tem sido palco de acertos de conta sangrentos.
Tarcísio enfatizou que, uma vez que o crime se desenvolve, o governo também precisa aprimorar suas estratégias. “Na medida em que o crime vai se sofisticando, a gente tem de sofisticar também o nosso aparato para combatê-lo”, disse o governador, que prometeu fazer “o maior investimento da história de São Paulo em inteligência”.