O número de pessoas que moram sozinhas cresceu no Brasil, segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2010, 12% dos lares brasileiros tinham apenas uma pessoa. Em 2022, o porcentual subiu para 19%, o equivalente a 13,7 milhões de endereços. Ou seja, um de cada cinco domicílios tem somente um habitante, aproximadamente.
A parcela de pessoas que moram sozinhas é maior entre os mais velhos. Na faixa com 60 anos ou mais, 28,7% vivem sós. Em contraste, o menor porcentual de unidades unipessoais foi registrado entre os lares de jovens até 17 anos, com 7,6%.
Os dados do Censo refletem as variações regionais. Em 2022, as maiores proporções de lares unipessoais foram no Rio de Janeiro (23,4%) e no Rio Grande do Sul (22,3%), Estados com populações mais envelhecidas. Já Amapá (12%) e Amazonas (13%), com populações mais jovens, registraram os menores índices.
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Entre os lares comandados por mulheres no Brasil, a proporção de unidades unipessoais foi de 19,1% em 2022, ligeiramente acima dos lares com homens como responsáveis, que registraram 18,8%.
Dois fatores principais podem explicar o aumento dessa participação ao longo do período. O primeiro é o envelhecimento da população, e o segundo está relacionado a mudanças geracionais, como a opção por não se casar ou adiar o matrimônio e a decisão de não ter filhos.
Censo subdividiu os lares em quatro tipos
Relações familiares tradicionais, o que inclui casal, pai, mãe, filhos, enteados, madrasta, padrasto, e irmãos.
Residências ocupadas por apenas uma pessoa.
Lares onde vive pelo menos um parente, como avós, netos, cunhados, tios ou sobrinhos.
Lares com ao menos uma pessoa sem parentesco com o responsável, como um agregado ou um empregado doméstico que resida no local.
No Brasil, a configuração mais comum é a familiar nuclear, que representa 64,1% dos lares. Seguem-se os lares unipessoais, com 18,9%; os estendidos, com 15,4%; e os compostos, com 1,5%.
Nos últimos 12 anos, o porcentual de casais sem filhos aumentou de 16,1% para 20,2%, enquanto os lares com casais e um filho — seja de ambos ou de um dos cônjuges — reduziram de 49,3% para 37,9%.
Outro sinal das transformações nos lares brasileiros é o número médio de moradores por residência, que foi de 2,8 pessoas em 2022. O nível é menor do que o observado em recenseamentos passados: em 2010, a média era de 3,3 pessoas por lar, enquanto em 2000, era de 3,7.