As crateras de impacto estão presentes em quase todos os corpos rochosos do Sistema Solar, desde a Terra, até as luas geladas dos gigantes gasosos. Elas possuem uma diversidade desconcertante de formas e são resultados de colisões de cometas, asteroides e meteoritos com a superfície desses corpos celestes. Agora, em um novo estudo, um grupo de pesquisadores analisou como algumas características desses eventos influenciam no formato desses buracos.
A pesquisa foi publicada na revista Physical Review E e investigou como a rotação de asteroides granulados, ou pilha de entulhos, influência no formato das crateras de impacto. Diferente do que se pensava, foi descoberto que quanto mais rápida a velocidade de rotação durante o impacto, mais larga e rasa é a cratera, como uma tigela.
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Alguns fatores responsáveis pelos diferentes formatos das crateras já foram observados pelos geólogos, como velocidade e ângulo de colisão e o tamanho do objeto. No entanto, durante a nova pesquisa os cientistas se concentraram em investigar parâmetros que geralmente são investigados: velocidade de rotação durante o impacto e força gravitacional que liga asteroides pilha de entulhos.
Velocidade de rotação do asteroide
Objetos giratórios geralmente carregam mais energia do que aqueles sem rotação, o que pode fazer parecer que eles abririam uma cratera enorme ao adentrar a atmosfera e colidir com a superfície da Terra. No entanto, quando estamos falando de objetos que não são um monolito, e sim um aglomerado de rochas menores unidas pela gravidade, cerca de 70 a 80% dos asteroides, as coisas podem ser diferentes.
Para analisar esses fatores, os pesquisadores realizaram simulações, onde criaram versões digitais de asteroides com o tamanho de uma tangerina e formados por milhares de esferas do tamanho de um ácaro. Eles foram lançados contra uma camada granulada, semelhante à superfície de um planeta, com diferentes velocidades de rotação.
A investigação revelou que asteroides granulados de rápida rotação poderiam abrir desfiladeiros estreitos e profundos se colidirem com a Terra, mas apenas se a força gravitacional que une os pedregulhos for extremamente forte, caso contrário, eles formam crateras largas e rasas.
Isso acontece porque parte da energia que o asteroide carrega com a rotação é utilizada para quebrar ligações que mantém os pedregulhos unidos. Isso deixa essas pequenas rochas espaciais com energia insuficiente para formar buracos profundos. Algumas das crateras que provavelmente se formaram dessa forma, foram a Barringer, no Arizona, e a cratera Flynn Creek, no Tennessee, ambas nos Estados Unidos.