Durante reunião desta segunda-feira (29) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas do Senado, o diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Júlio Avelar, negou interferência externa no jogo em que o Bahia venceu o Grêmio por 1×0.
O lance ocorrido no Estádio da Fonte Nova foi um dos destaques da CPI, que ouviu além do diretor de competições, o oficial de integridade da CBF, Eduardo Gussem.
Nos minutos finais da partida, o técnico do grêmio, Renato Portaluppi, mandou todos os jogadores que estavam no banco de reservas deixar o campo antes do apito final.
A reação do treinador aconteceu depois que o árbitro da partida, Braúlio da Silva Machado, expulsou o atacante Diego Costa. O atleta estava no banco de reservas teria xingado o 4º árbitro da partida.
No início da reunião, o senador Jorge Kajuru pediu para ser exibida parte da coletiva do técnico do grêmio, que acusou o presidente da comissão de arbitragem da Federação Baiana de Futebol, Jailson Macedo Freitas, de interferir na expulsão.
“A gente tem que parar e pensar no futebol brasileiro até onde a CBF até onde o (Wilson) Seneme (presidente da Comissão de Arbitragem da CBF) quer que o campeonato ande naturalmente. Ou será que a gente tem que procurar dar mais atenção ao presidente do Botafogo pelas entrevistas dele? Uma pessoa que é presidente de arbitragem da federação baiana ao lado do 4º árbitro. Ele que apontou e mandou expulsar o Diego. Onde ele nem deveria estar.” Afirmou o técnico em coletiva de imprensa após a partida.
O relator da CPI, senador Romário, citou a parte do vídeo e perguntou ao diretor de competições da CBF se há possibilidade de interferência externa de agentes não credenciados a beira do campo.
O diretor Júlio Avelar respondeu que Jailson Macedo de Freitas estava credenciado como delegado da partida e negou qualquer irregularidade.
“A pessoa em questão estava trabalhando como delegado de partida. Ao que me consta, não teve qualquer interferência externa. Inclusive, a CBF divulgou os áudios do VAR onde mostra que o 4º Arbitro, imediatamente após a ofensa verbal, ele comunica ao árbitro da partida o ocorrido. Eu desconheço qualquer interferência externa relacionada a esse delegado de partida, que estava dentro das suas atribuições normais, no posicionamento correto e devidamente credenciado para trabalhar na beira do campo”, afirmou Júlio Avelar.
O relator ainda insistiu: “O delegado do jogo ele pode interferir na expulsão de algum jogador?”
“De forma alguma, não há interferência externa. Ele não pode interferir e ao que me consta não houve essa interferência”, reforçou Avelar.
A CPI das Apostas Esportivas não terá reunião na próxima semana devido compromisso do relator, que participará Copa Master Fifa em Curaçao, no Caribe . A próxima reunião será no dia 13 onde será ouvido o diretor de Governança e Conformidade da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior.