Ainda insatisfeito com a CPI da Braskem — como demonstrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na terça-feira (12) em reuniões no Palácio do Planalto –, o PT agora traça estratégias para segurar o ímpeto dos parlamentares com a inevitável instalação da comissão parlamentar de inquérito.
Agora, na mesa de negociações, está a possibilidade de que a relatoria do colegiado fique nas mãos do senador Rogério Carvalho (PT-SE), membro indicado pelo partido à CPI. O assunto foi debatido em reuniões de Lula com ministros e senadores na terça-feira (12).
O argumento é que o senador petista poderia conseguir lidar com a tentativa de Renan Calheiros (MDB-AL) de transformar a comissão em um palanque para criticar o acordo firmado entre a Braskem e a cidade de Maceió. E, ao mesmo tempo, deixar as investigações correrem sem desagradar demais o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Lira e Calheiros são adversários históricos em Alagoas, mas, no cenário nacional, apoiam o presidente Lula.
Outro temor do Planalto é que as recentes críticas do ministro dos Transportes, Renan Filho, à Braskem e ao acordo da empresa com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), possam parecer institucionais, vindas do governo.
O ministro é filho de Renan Calheiros e o prefeito é aliado do presidente da Câmara.
A instalação da CPI está marcada para as 9h desta quarta (13). A ideia do Planalto é fazer a inevitável instalação, com a escolha de presidente e relator do colegiado, mas que os trabalhos de fato só ocorram em 2024, para não atrasar a tentativa de avanço da pauta econômica.
Pela Constituição Federal, o Congresso Nacional entra em recesso no máximo no dia 22 de dezembro.
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