O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou uma série de medidas na área econômica em seu primeiro dia no cargo. Entre as ações, estão o fim do home office no funcionalismo público e uma revisão minuciosa nos cargos e contratos do governo.
Na segunda-feira, 11, Milei realizou a primeira reunião com seus 9 ministros, após ter assumido o cargo no domingo, 10. Durante o encontro na Casa Rosada, a sede do governo argentino, Milei instruiu os ministros a implementarem uma política de trabalho totalmente presencial para todos os membros de suas respectivas pastas.
Na reunião, também foi determinada a realização de um “inventário geral” dos recursos físicos e estruturais, além dos servidores do Estado. Conforme anunciado pelo porta-voz, Manuel Adorni, todos os “contratados militantes” de gestões anteriores serão desligados.
De acordo com a imprensa local, as medidas geraram apreensão no país, devido a receios de demissões em larga escala e destituições de funcionários no serviço público.
Outras medidas
Ainda no domingo, Javier Milei assinou o primeiro decreto de sua administração, no qual reduziu o número de ministérios no país para 9, a metade do governo anterior, do ex-presidente Alberto Fernández. Milei argumentou que essa ação é o primeiro passo para reduzir os gastos públicos, uma das principais propostas de seu governo.
Veja como fica a estrutura de governo:
- Ministério de Interior;
- Ministério de Relações Exteriores;
- Ministério de Comercio Internacional e Culto;
- Ministério da Defesa;
- Ministério da Economia;
- Ministério de Infraestrutura;
- Ministério da Justiça;
- Ministério de Segurança;
- Ministério da Saúde e Capital Humano.
No discurso de posse, Milei enfatizou que a situação provavelmente se agravará antes que as primeiras medidas apresentem resultados. Ele reiterou a falta de recursos do governo, declarando: “Lamentavelmente, tenho que dizer, ‘no hay plata'”. Em tradução livre para o português, a expressão quer dizer “não tenho dinheiro”.
“Isso impactará de modo negativo a atividade, o emprego, a quantidade de pobres e indigentes. Haverá estagflação [situação em que há estagnação da economia e inflação alta], mas é algo muito diferente do que tivemos nos últimos 12 anos. Será o último gole amargo para começar a reconstruir a Argentina”, disse.