sexta-feira, maio 30, 2025
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Correios voltam a atrasar repasses e acumulam dívida

A gestão de Fabiano Silva dos Santos na presidência dos Correios voltou a descumprir compromissos com o Postalis, fundo de pensão dos funcionários da estatal.

Mesmo depois de firmar, em 2023, um contrato de confissão de dívida de R$ 7,6 bilhões, a empresa deixou de repassar valores previstos nos dois principais planos previdenciários.

Nos últimos dois meses, o atraso somado chega a R$ 120 milhões. O valor se refere a parcelas em aberto do Postalprev, voltado à previdência complementar, e do Plano de Benefício Definido, fechado a novos participantes desde 2008.

Para não sofrer sanções judiciais, os Correios mantêm os atrasos abaixo de 90 dias. A estratégia consiste em pagar parte da dívida antes que esse prazo se esgote.

Atualmente, os repasses de março e abril estão em aberto, e a fatura de maio vence no 5º dia útil de junho. A direção da estatal deve quitar ao menos uma dessas parcelas para evitar consequências legais.

O contrato de 2023 previa repasses mensais de aproximadamente R$ 30 milhões ao Postalis. A estatal também arca com juros e multas pelos atrasos: 1% ao mês mais 2% de multa no Postalprev, e 0,03% ao dia mais 2% de multa no Plano BD.

O rombo do fundo de pensão dos Correios remonta a investimentos malsucedidos realizados entre 2011 e 2016, durante o governo de Dilma Rousseff. As perdas diretas somaram R$ 4,7 bilhões, corrigidos para R$ 9,1 bilhões — cerca de 60% do prejuízo total.

Em vez de responsabilizar os gestores da época ou acionar judicialmente a BNY Mellon, então administradora do Postalis, a estatal e o governo optaram por dividir o rombo com os servidores.

Metade da dívida ficou com os aposentados e pensionistas, que sofrem descontos mensais na folha de pagamento.

Indicado por Lula, presidente dos Correios enfrenta críticas

Fabiano Silva dos Santos, ex-militante do PT e aliado político de José Dirceu, assumiu o comando dos Correios em 2023 por indicação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Conhecido por sua atuação no grupo Prerrogativas, o dirigente tenta barrar qualquer debate sobre privatização da estatal. Mesmo assim, enfrenta crescente insatisfação interna.

A empresa fechou 2024 com o maior prejuízo de sua história e virou alvo de reportagens sobre decisões administrativas controversas — como a desistência de ações trabalhistas com alto custo e gastos com benefícios fora do padrão.

A nova crise financeira aumentou a pressão sobre o conselho do Postalis. O presidente do colegiado, Hudson Alves da Silva, indicado por Fabiano, será cobrado por dirigentes do fundo em reunião marcada para a próxima quarta-feira, 28.

Via Revista Oeste

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