A Corregedoria da Polícia Militar (PM) de São Paulo entregou à Justiça Militar o relatório final do caso do assassinado do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach. Conforme o documento, ao qual o SBT News teve acesso, o órgão investigou, ao todo, 25 policiais.
Destes, 15 foram indiciados: 11 por organização criminosa, três por prática de violência (na execução) e um por prevaricação e falsidade ideológica. As suspeitas iniciais eram de que agentes repassavam informações aos traficantes.
Alguns desses policiais faziam, ou ainda fazem parte, da Rota. Trata-se do batalhão de elite da PM paulista. Ainda segundo o relatório da Corregedoria, os investigados se dividiam em três núcleos, sendo que um deles era o responsável pela morte de Gritzbach, previamente decretada pelos traficantes.
O relatório da Corregedoria da PM e a morte de Gritzbach
O relatório, assinado pelo coronel Fábio Sérgio do Amaral, afirma que foi possível coletar indícios de convivência de policiais militares com criminosos faccionados, assim como a constatação de patrimônio incompatível com a renda de alguns dos envolvidos.
Por isso, a Corregedoria recomenda que as prisões preventivas dos indiciados sejam mantidas durante o processo criminal. Entretanto, um tenente, que teria tido uma participação menos significativa, deverá responder em liberdade.
O órgão também pediu a libertação de um cabo e um soldado, considerados inocentes ao final da investigação. O documento será entregue ao Ministério Público, que decidirá se denunciará os policiais, arquivará o caso ou solicitará mais diligências.
Além das consequências criminais, os policiais enfrentarão um processo administrativo que pode resultar em expulsão.
A morte de Gritzbach ocorreu em novembro de 2024, na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O homem, acusado de lavagem de dinheiro e de ordenar o assassinato do traficante Anselmo Santa Fausta em 2021, alegou inocência e colaborou com promotores, revelando, em delações, atividades ilícitas e nomes de policiais civis supostamente corruptos.