quinta-feira, novembro 21, 2024
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‘Corredor Filadélfia expõe fragilidade do acordo entre Israel e Egito

O acordo de paz assinado entre Israel e Egito, em 1979, colocou fim a um período de hostilidades entre os dois países. A iniciativa foi salutar e nunca mais os dois exércitos se confrontaram, depois de sangrentos conflitos nas Guerras de Independência, do Sinai, dos Seis Dias e do Yom Kipur.

A questão dos refugiados, no entanto, transformou Rafah, última cidade ao sul da Faixa de Gaza, em um ponto de discórdia entre os dois países. Neste aspecto, a postura do Egito, de acordo com autoridades em Israel, é dúbia.

Não fosse assim, o chamado Corredor Filadélfia não seria visto como um local tão importante para evitar o armamento do grupo terrorista Hamas.

“A Divisão 162 das FDI [das Forças de Defesa de Israel] controla o eixo Filadélfia, desde o mar até ao triângulo fronteiriço, Israel Gaza, Egito”, afirma a Oeste o porta-voz das FDI, Rafael Rozenszajn.

A região, desde a Guerra de Independência de Israel (1948) se tornou um local de sofrimento, densamente povoado e fundamental ponto de ligação entre Gaza e o Egito.

Foram vários os conflitos em que, nesta disputa ao longo de décadas, civis morreram e construções foram derrubadas para abrir caminho. Daí surgiu o corredor.

” [O controle de Israel] é algo muito significativo para o encerramento do oxigénio terrorista do Hamas por onde o grupo terrorista contrabanda armamentos e matéria-prima para fabricação de armas”, afirma Rozenszajn.

Isto significa que, dentro do acordo entre Israel e Egito, firmado em 1979, forças egípcias deveriam fiscalizar com rigor e impedir a entrada de contrabando na região. No entanto, as FDI ainda precisam se desdobrar em algo que seria responsabilidade do país vizinho.

Muitos túneis, inclusive, foram construídos desde a fronteira com o Egito, o que facilitava ainda mais a entrada de produtos clandestinos para a infraestrutura terrorista.

Desde a decisão unilateral do Knesset (Parlamento) israelense, que votou pela retirada das FDI em Gaza, novos acordos com o Egito se somaram ao que já havia sido formalizado em 1979. E realçaram a necessidade de o Egito monitorar a região.

Foram implementados em 1º de setembro de 2005, os “Acordos Acordados Sobre a Implantação de uma Força Designada de Guardas de Fronteira ao Longo da Fronteira na Área de Rafah”, conhecido como Acordo de Filadélfia. Foram assinados por Israel e Egito.

Pelos acordos, houve a autorização para o Egito implantar guardas ao longo da rota para patrulhar a fronteira do seu lado, justamente para impedir a entrada de armamentos irregulares na Faixa de Gaza.

Estão também sob responsabilidade do Egito a coordenação de operações e o compartilhamento de inteligência, na chamada Travessia de Rafah, área desmilitarizada que teria apenas a presença de forças policiais egípcias.

O que incomoda autoridades israelenses é que, ao logo deste período, a infraestrutura do Hamas só cresceu, alimentada pela entrada de armas e infraestrutura desde Rafah.

Situado ao lado, o Corredor Filadélfia divide a Faixa de Gaza em dois e impede a passagem de equipamentos clandestinos de um lado para o outro.

Negociações para acordo

A saída de Israel do Corredor Filadélfia, da mesma maneira que fez em 2005, se tornou ponto central para um acordo para a libertação dos reféns em Gaza.

Na terça-feira, o Conselheiro de Comunicações de Segurança Nacional dos Estados Unidos (EUA), John Kirby, disse que Israel teria aceitado deixar o local, na Fase 1 das negociações.

Um oficial israelense, porém, contestou a afirmação de Kirby. Ao The Jerusalem Post, ele afirmou que, embora a proposta dos EUA na Fase 1 exija que as FDI deixem “áreas densamente povoadas, incluindo aquelas adjacentes ao Corredor Filadélfia”, ela especifica que isso não impactaria “o controle de Israel sobre o Corredor Filadélfia em si”.

A saída, então, poderia ser discutida em uma Fase 2 da negociação. Mas, para isso, os reféns já precisariam estar em casa.



Via Revista Oeste

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