quinta-feira, julho 4, 2024
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Corolla a hidrogênio tropeça, mas completa corrida de 24 horas

A Toyota testou um Corolla movido a hidrogênio numa corrida de resistência. O teste ocorreu na corrida Fuji Super Taikyu, na pista Fuji Speedway, no Japão. Detalhe: a corrida tinha 24 horas de duração. O veículo tropeçou algumas vezes, mas completou o desafio.

Corolla movido a hidrogênio passa por teste de resistência

  • A Toyota testou um GR Corolla movido a hidrogênio numa corrida de resistência de 24 horas na Fuji Speedway, no Japão. Este modelo usa um motor de combustão interna a hidrogênio em vez de célula de combustível;
  • Este não foi o primeiro teste do Corolla a hidrogênio. O veículo já tinha competido três vezes em corridas de 24 horas na Fuji Speedway (2021, 2022 e 2023). No ano passado, o veículo passou a usar hidrogênio líquido, que tem maior densidade de energia e facilita a logística de reabastecimento;
  • Em 2024, a Toyota enfrentou desafios para aprimorar o Corolla. A fabricante usou um novo tanque de hidrogênio (maior e elíptico) e uma bomba de alta pressão revisada, que teve problemas intermitentes. Embora o carro tenha completado a corrida, fez menos voltas em 2024 do que em 2023;
  • Apesar dos desafios, a Toyota viu avanços em desempenho e eficiência do motor a hidrogênio. A mudança para hidrogênio líquido reduziu os tempos de reabastecimento em 40%, e a equipe alcançou a meta de 30 voltas entre reabastecimentos. Assim, a Toyota mantém otimismo sobre o futuro dos carros de combustão a hidrogênio como uma alternativa viável e sustentável.

O veículo testado foi um GR Corolla, cujo trem de força a hidrogênio usa motor de combustão interna, ao invés de célula de combustível. O presidente da Toyota, Akio “Morizo” Toyoda, acompanhou as 24 horas da corrida. In loco mesmo.

Toyota coloca Corolla movido a hidrogênio em corridas desde 2021

Esta não foi a primeira vez que um Corolla movido a hidrogênio participou de uma corrida de 24 horas em Fuji. O veículo tinha competido outras três vezes – em 2021, 2022 e 2023.

Em 2023, o veículo passou a ser abastecido por hidrogênio líquido, não gasoso. Em vez de tentar encher tanques pressurizados a 70 MPa, bastava resfriar a 253° C negativos.

O hidrogênio líquido tem quase o dobro da densidade de energia – embora apenas um terço da gasolina. Além disso, a logística e os equipamentos necessários para apoiar o reabastecimento criogênico na pista de corrida foram bem menores do que com hidrogênio pressurizado.

O hidrogênio líquido é armazenado num tanque de parede dupla muito mais fácil de embalar no interior compacto do GR Corolla do que os quatro cilindros pressurizados de antes.

Corolla a hidrogênio tropeça, mas sobrevive a corrida de resistência em 2024

Em 2024, a jornada do Corolla a hidrogênio na corrida teve “desafio e evolução”, conforme divulgado pela Toyota.

O tanque do veículo ficou 50% maior (armazenando 15 kg de hidrogênio) e elíptico. O novo tanque exigiu que a Toyota reconstruísse o carro para reorganizar tudo. E a fabricante aproveitou a oportunidade para cortar 50 kg de peso no processo.

Do tanque (veja imagem abaixo), uma bomba de alta pressão injeta o combustível num vaporizador, onde se torna gás novamente e depois vai para o motor para ser queimado. Em 2023, a bomba teve que ser substituída duas vezes durante a corrida, o que custou horas.

Tanque usado em Corolla movido a hidrogênio ficou 50% maior – e seu formato ficou mais elíptico (Imagem: Toyota)

Para 2024, a Toyota projetou uma bomba revisada para durar as 24 horas completas. Por um lado, durante os testes, vazou combustível da bomba – o que, novamente, desperdiçou tempo. Por outro, o problema foi menos severo o ocorrido em 2023, quando um vazamento de tubo de hidrogênio gasoso no compartimento do motor causou incêndio durante um teste.

No entanto, a nova bomba de combustível teve problemas intermitentes para bombear o combustível durante a corrida, muito provavelmente devido à movimentação no tanque.

Em outro momento, mais adiante na corrida, uma falha no módulo ABS deixou o carro na garagem por cinco horas. Por mais que o Corolla a hidrogênio tenha conseguido cruzar a linha de chegada, completou menos voltas em 2024 do que em 2023.

A corrida de 2024 não foi um fracasso total para a Toyota. A equipe alcançou seu objetivo de fazer 30 voltas entre reabastecimentos. E embora a nova bomba não tenha passado incólume de problemas, não precisou ser substituída ao longo da corrida.

Desde o início do desenvolvimento do motor ICE a hidrogênio, a Toyota encontrou ganhos reais em desempenho e eficiência. E a mudança para hidrogênio líquido reduziu os tempos de reabastecimento em 40%. Tudo isso o torna mais viável como um combustível sem carbono, segundo a empresa.

A Toyota ainda tem otimismo de que um dia será capaz de vender carros de combustão que emitem apenas água pelos escapamentos. Mas é pragmática o suficiente para saber que precisa haver algum retorno financeiro real para a tecnologia vingar.

Via Olhar Digital

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