domingo, setembro 29, 2024
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Corais podem sobreviver por mais tempo do que imaginávamos

O aumento recorde nas temperaturas dos oceanos está causando a morte de parte da vida marinha. O fenômeno é causado pelo branqueamento em massa dos recifes de coral. No entanto, um novo estudo apontam que assim como os humanos, estes organismos também podem lidar com o estresse de forma diferente.

Composição genética pode afetar a tolerância ao calor

Os pesquisadores afirmaram que a descoberta é fundamental à medida que o aquecimento dos oceanos continua a aumentar. Segundo eles, isso pode significar que os corais podem sobreviver por mais tempo do que imaginávamos.

A tolerância ao calor foi medida analisando as respostas de mais de 500 colônias do coral Acropora hyacinthus ao calor excessivo. Esta espécie é ecologicamente importante e altamente vulnerável ao aumento das temperaturas.

A equipe coletou amostras destes organismos e usou 12 tanques ajustados para quatro temperaturas diferentes durante o experimento. Fragmentos de coral foram colocados em cada um destes espaços e submetidos a estresse térmico de curto prazo. Após, os cientistas mediram a quantidade de pigmento deixada nos fragmentos de coral, que se alinha diretamente com a quantidade de algas deixadas nas células do coral. Isso possibilitou determinar o limite de calor suportado pela espécie.

Corais podem suportar mais calor do que se pensava (Imagem: Communications Earth & Environment)

Eles concluíram que cada coral tem uma “natureza” única ou composição genética que pode afetar sua tolerância ao calor. No entanto, aspectos do ambiente marinho podem nutrir ou dificultar a resposta ao estresse térmico de um coral. Isso inclui temperaturas da água, condições de nutrientes e as algas simbióticas que vivem dentro do tecido do coral.

Segundo os pesquisadores, os corais que vivem em regiões mais quentes, como o norte da Grande Barreira de Corais, podem lidar com temperaturas mais altas da água. Apesar disso, eles alertam que os organismos já estão chegando ao limite suportado em função do aumento expressivo das temperaturas das águas.

Os corais no sul da Grande Barreira de Corais, por sua vez, não conseguem lidar com temperaturas tão altas. Isso significa que estes organismos podem ser priorizados em ações de restauração e conservação dos recifes. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Communications Earth & Environment.

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Exemplo de branqueamento de corais (Imagem: OSJPHOTO/Shutterstock)

Branqueamento de corais: impacto para todo o ecossistema oceânico

  • De acordo com os cientistas, este fenômeno é causado pelo aquecimento excessivo do mar e pode resultar na morte de organismos espalhados por extensas áreas de recifes tropicais, incluindo partes da Grande Barreira de Corais da Austrália.
  • Desencadeado pelo estresse térmico, o branqueamento ocorre quando os corais expulsam as algas coloridas que vivem em seus tecidos.
  • Sem elas, os organismos ficam pálidos (sem as vislumbrantes cores) e vulneráveis a doenças e à fome, já que boa parte da sua energia vem da fotossíntese feita por essas algas.
  • Como corais são enormes refúgios de peixes e outras espécies, o fenômeno pode ser catastrófico para todo o ecossistema oceânico.
  • Além disso, deve impactar a pesca e turismo, que dependem de recifes saudáveis e coloridos para atrair mergulhadores.

Via Olhar Digital

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