O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa de juros de 12,25% para 13,25% ao ano, na primeira reunião de 2025, que ocorreu nesta quarta-feira, 29. A decisão sobre a taxa Selic também foi a primeira sob a liderança de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o BC.
Galípolo substituiu Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula e sua equipe econômica criticaram o antigo chefe do Banco Central por sua política monetária e cobraram a redução da taxa de juros.
Durante a reunião, a equipe do Banco Central apresentou informações técnicas sobre as perspectivas econômicas e o comportamento do mercado financeiro. A nova taxa Selic vai permanecer em vigor até 19 de março, quando o Copom se reúne para uma nova análise. As reuniões ocorrem a cada 45 dias.
Galípolo mantém política monetária de Campos Neto
Apesar das críticas do governo Lula, Galípolo tem sinalizado a intenção de manter uma política monetária restritiva, com juros elevados por um período prolongado, como estratégia para combater a inflação.
Com a decisão desta quarta-feira, a taxa de juros atingiu o maior nível desde setembro de 2023. O aumento de 1 ponto porcentual gera expectativas para que a taxa básica de juros chegue a 15% ao ano até o fim deste ano, um patamar não alcançado desde julho de 2006.
Nas atas de reuniões anteriores, o Copom já havia projetado mais duas elevações de 1 ponto percentual, previstas para janeiro e março. Este movimento visa a ajustar a inflação à meta estabelecida, com base em uma análise detalhada da dinâmica inflacionária, especialmente dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária.