Anunciado na quinta-feira (11) como futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski já definiu qual será sua prioridade na pasta, começou a montar sua equipe e já tem a indicação de que será convidado pela “bancada da bala” para falar no Congresso.
Lewandowski deve tomar posse do cargo em 1º de fevereiro. Antes, haverá um período de transição com a equipe do atual ministro da Justiça, Flávio Dino — que será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), instituição em que Lewandowski era magistrado até abril passado.
Assim que o Congresso Nacional retornar aos trabalhos, em fevereiro, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, conhecida como “bancada da bala”, quer aprovar um convite para que Lewandowski fale sobre o avanço das facções criminosas no país e como conter o aumento desses grupos.
O futuro ministro tem dito que a área segurança pública será uma de suas prioridades à frente do ministério. O tema tem sido um problema no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que enfrenta críticas sobre a condução da área.
O grosso da segurança pública é administrado pelos estados, que controlam as polícias Civil e Militar, assim como a maior parte dos presídios. Mas o governo federal tem um papel importante de coordenação, para além de administrar a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as penitenciárias federais.
À CNN, deputados da bancada da bala esperam que o novo ministro responda de forma positiva ao convite e marque presença na comissão. Os integrantes do colegiado também dizem esperar que a interlocução de Lewandowski com a Comissão de Segurança Pública seja melhor que a de Flávio Dino, que enfrentou uma série de embates com os titulares do grupo.
Ao longo do ano passado, Dino foi convocado pelo colegiado para prestar esclarecimentos sobre ações e posicionamentos da pasta. Ele só compareceu à comissão uma vez, em 11 de abril, quando a reunião precisou ser encerrada antecipadamente depois de bate-bocas e discussões.
Em ao menos três oportunidades, Flávio Dino faltou às convocações feitas pela comissão. Na mais recente delas, em novembro, alegou que o local apresentava risco à sua integridade física e mental. O grupo é formado, em sua maioria, por partidos da oposição.
Apesar de ainda não ter sido oficializado no cargo de ministro, Ricardo Lewandowski já começou a definir os integrantes de sua equipe.
Ana Maria Alvarenga Mamede Neves será a chefe de gabinete. Ela trabalha no escritório de advocacia de Lewandowski em Brasília e o acompanha desde 2010, quando assumiu a chefia de gabinete do ministro no STF.
A expectativa é que ele mapeie todos os cotados a partir da próxima segunda-feira (15) e que a lista esteja completada até a data de sua nomeação, em 19 de janeiro.
Segundo a analista Julliana Lopes, da CNN, se o convite para que Lewandowski for aprovado, os deputados da comissão devem aproveitar o encontro para defender nomes para a nova composição da pasta.
Os perfis, que já estão sendo levantados, levam em consideração a experiência com o trabalho operacional na área da segurança pública.
Logo depois do anúncio, o futuro ministro da Justiça disse à CNN que a segurança pública será prioridade de sua gestão à frente da pasta.
“A segurança pública será uma das prioridades do Ministério da Justiça, sobretudo no tocante ao apoio aos estados, os quais detém a competência constitucional de combater a criminalidade em primeira mão”, afirmou.
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