sábado, outubro 5, 2024
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Contador de Lulinha movimentou mais de R$ 500 milhões em 2 anos, segundo a Polícia Federal

O contador João Muniz Leite e sua mulher, Aleksandra Silveira Andriani, além das empresas do casal, movimentaram R$ 525 milhões entre 2020 e 2021. Muniz ficou conhecido como “Contador de Lulinha” por trabalhar para Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da movimentação milionária, Muniz declarou um salário de R$ 26 mil. A descoberta surgiu com base nas investigações da Operação Fim da Linha.

A Polícia Federal (PF) iniciou as buscas em 20 de janeiro de 2022. Em junho daquele ano, o delegado Flávio Vieitez Reis desistiu das buscas e do sequestro de bens dos acusados e pediu que o inquérito fosse enviado à Polícia Civil.

As movimentações financeiras do contador de Lulinha

Eram três os alvos citados na portaria que instaurou o inquérito n°. 020/2022: o Contador de Lulinha, Aleksandra Andriani e Mayra Marcílio Daher.

As investigações da PF revelaram que as empresas ligadas ao casal movimentaram cerca de R$ 360 milhões no período. Em termos de pessoas físicas, Muniz e sua mulher movimentaram, respectivamente, R$ 137 milhões e R$ 29 milhões.


O fato que iniciou a investigação foi o prêmio de R$ 40 milhões do concurso 2.363 da Mega Sena. Um dos ganhadores do bolão vencedor foi o traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta.

A aposta foi feita em uma casa lotérica em Pinheiros, na zona oeste. Cara Preta fora assassinado em 27 de dezembro de 2021, em uma emboscada na zona leste de São Paulo.

A suspeita do delegado era de que Muniz estivesse por trás das empresas em nome de Mayra, para onde Cara Preta transferiu os valores do prêmio de loteria — o contador ficou com duas cotas do bolão e o traficante com três.

A PF encontrou depósitos que somavam R$ 2 milhões para casas lotéricas, sem justificativa, feitos por empresas do núcleo familiar de Muniz.

Operação Fim da Linha

Deflagrada em 9 de abril, a Operação mirou o sistema de transporte de São Paulo pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Empresas como UPBus e Tranwolff tornaram-se alvo, suspeitas de lavar dinheiro do tráfico de drogas. A UPBus tinha Cara Preta como acionista.

O delegado da PF relatou a recorrência de depósitos e saques fragmentados, ao indicar a tentativa de acobertar o valor final das transações financeiras. Além disso, o delegado sugeriu crimes ligados à lavagem de dinheiro.

Além de Cara Preta e das movimentações financeiras que vinham do prêmio da loteria do traficante por empresas de Mayra Marcílio Daher, em que Muniz era contador, outros suspeitos surgiram.

Um deles, Caio Bernasconi, ligado ao tráfico de drogas, e Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, preso em 2019. As empresas desses últimos suspeitos também tiveram transações com as de Muniz.

Prêmios de loteria

Os analistas da PF detectaram que o casal ganhou 640 vezes na loteria. Aleksandra levou o prêmio 462 vezes e Muniz, 178. Investigações sugerem que os prêmios foram usados para lavagem de dinheiro.

A Operação Ataraxia, do Denarc, também mirou Muniz e atingiu a empresa UPBus. O contador foi alvo dessa operação e negou todas as acusações. Muniz alegou não saber que Cara Preta era traficante, pois este se apresentava com nome falso, no caso, o de Eduardo Camargo de Oliveira. No entanto, Muniz confirmou ter trabalhado para Santa Fausta.

A Polícia Civil deve concluir o inquérito sobre Muniz em breve. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) e a Polícia Civil ainda apuram o tamanho da participação de Muniz no caso.

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Via Revista Oeste

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