A intenção de consumo das famílias da cidade de São Paulo sofreu novo abalo em março de 2025. O índice geral do ICF caiu 4,9% em relação ao mesmo mês de 2024 e atingiu 106,9 pontos, segundo dados da FecomercioSP.
Em comparação com fevereiro deste ano, a retração foi de 2,7%. Embora o indicador ainda permaneça acima da zona de pessimismo, o movimento confirma uma tendência de enfraquecimento no otimismo das famílias com relação ao consumo.
Os principais fatores para essa retração são a inflação persistente — principalmente em itens essenciais como alimentos — e a política monetária restritiva, com juros elevados. Esse cenário tem corroído o poder de compra e esfriado a confiança dos consumidores em relação ao futuro econômico.
Subindicadores revelam forte deterioração no consumo presente em São Paulo
Entre os subindicadores do ICF, o que apresentou a maior deterioração anual foi o Nível de Consumo Atual, com queda de 10,07% em relação a março de 2024. Na variação mensal, o recuo foi de 4,98%. Já o item Acesso ao Crédito também recuou 6,93% no ano e se manteve estável no comparativo com fevereiro (-0,35%).

No entanto, algumas categorias tiveram melhora, como Perspectiva Profissional, que registrou alta de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024, embora tenha caído ligeiramente no mês (-1,06%). Já Renda Atual caiu 2,38% na comparação mensal e 0,87% na anual, o que sinaliza uma percepção de perda de poder aquisitivo.
A pesquisa é baseada na percepção de cerca de 2,2 mil consumidores da cidade de São Paulo e funciona como indicador antecedente do comércio. Segundo a FecomercioSP, o ICF é uma ferramenta útil para o planejamento de empresas, fornecedores e políticas públicas, pois antecipa tendências na demanda por bens e serviços.