O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizará uma reunião extraordinária nesta sexta-feira, dia 8, com o objetivo de solicitar um novo cessar-fogo em Gaza. O documento deverá ser votado até o meio-dia, horário de Brasília. A iniciativa partiu do secretário-geral do órgão, António Guterres.
Segundo a imprensa dos Estados Unidos (EUA), a administração do presidente norte-americano, Joe Biden, poderá usar seu veto para proteger Israel, rejeitando pedidos de cessar-fogo, uma vez que não há consenso no texto final.
Uma fonte da emissora de TV CNN, disse que, ao redigirem a versão final do texto da assembleia extraordinária, representantes dos Emirados Árabes Unidos teriam ignorado sugestões dos EUA para mencionar pausas humanitárias e focar nas ações do Hamas.
Em seu argumento para convocar a reunião do Conselho, Guterres afirmou que o avanço da guerra em Gaza poderá dificultar até a entrega da ajuda humanitária.
“Devido as condições desesperadoras”, disse, “torna-se quase impossível a assistência humanitária.”
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Essa é a primeira vez em décadas que um secretário-geral da ONU invoca o Artigo 99, que estabelece medidas extraordinárias. O texto estipula que o ocupante do cargo pode chamar atenção do Conselho de Segurança para “qualquer questão que, em sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e segurança internacionais”.
Saiba como funciona a aprovação de medidas pelo Conselho de Segurança da ONU
Para que uma resolução seja adotada pelo Conselho, é necessário obter o voto favorável da maioria dos 15 integrantes e nenhum veto por parte dos membros permanentes — Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia.
O conflito no Oriente Médio aparece com um dos temas mais vetados da história do órgão, e a dificuldade em alcançar um consenso tem causado frustração na comunidade internacional, levantando questões sobre o papel do Conselho.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, expressou esperanças de que o Conselho atenda ao apelo de Guterres.