Nesta sexta-feira, 5, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) manifestou insatisfação com o Programa Mais Médicos do governo federal. O edital, lançado na segunda-feira 1º pelo Ministério da Saúde, permite que médicos formados no exterior atuem no Brasil sem a revalidação do diploma.
O presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, criticou a medida. De acordo com ele, o programa perpetua um “descalabro” — ou seja, estado de decadência — na área médica do país.
“Não podemos aceitar médicos sem revalidação”, afirma Trindade, em nota. “É o mínimo necessário para garantir que a população tenha um atendimento aceitavelmente qualificado.”
O representante do conselho também criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A gestão da petista Dilma Rousseff lançou o programa Mais Médicos em 2013. Os dois fazem parte do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Novamente, o governo federal trata a revalidação de diploma estrangeiro, prevista em lei, como mero acessório aos candidatos que queiram participar”, lamentou Trindade.
RS é o segundo Estado com mais vagas no Mais Médicos
O Rio Grande do Sul é o segundo Estado com mais vagas para esses profissionais no Mais Médicos. São 276 vagas em cidades como, por exemplo, Erechim, Passo Fundo e Santa Maria.
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O presidente do Cremers também criticou a abertura de universidades “precárias” nos últimos anos. De acordo com ele, em alguns dos novos campi não há hospital-escola. “Está cavado o poço de desgraça em que querem mergulhar a saúde dos gaúchos.”
Na crítica, o conselho informou, por fim, estar preocupado com a qualidade do atendimento médico no Estado. Conforme o órgão, há necessidade de se implementar a revalidação de diplomas no Mais Médicos, como garantia de competência técnica e segurança para os pacientes.
“A atenção primária tem que ser assistida por médicos capacitados, que resolvam os problemas das pessoas”, disse Trindade.