O ofício enviado em 3 de setembro pela direção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) solicitando mudanças em critérios de classificação e calendário das Copas Libertadores e Sul-Americana foi rejeitado pela entidade continental para 2025.
A CBF espera que possa voltar a debater o assunto com a Conmebol para anos posteriores, mas hoje a predisposição da confederação sul-americana de mudar regulamento e datas de suas competições é nula, e há questões comerciais atreladas a isso.
Nesta terça-feira (12), a CBF divulgou o calendário do futebol brasileiro para 2025. Como já havia sido noticiado, o Mundial da Fifa, que será disputado entre 15 de junho e 13 de julho, bagunçou as datas.
Por isso, os Estaduais foram antecipados, começam em 15 de janeiro, a Série A também, tendo início no fim de março, e será finalizada somente em 21 de dezembro, a quatro dias do Natal. O Brasileirão em 2024 acabará em 8 de dezembro.
Já prevendo o caos para elaborar um calendário com o Mundial, que terá as participações de Flamengo, Palmeiras Fluminense e Atlético ou Botafogo, e para tentar ganhar espaço no calendário, a CBF propôs à Conmebol, no início de setembro, alterações em regulamento e calendário dos dois torneios de clubes da América do Sul:
- O fim da participação dos Brasileiros nas fases preliminares da Libertadores, chamadas de Pré-Libertadores, o que faria o calendário da CBF ganhar quatro datas entre fevereiro e março.
No caso da Pré-Libertadores, a proposta da CBF era de perder uma vaga na competição, de sete para seis. Hoje, são seis times classificados via Série A do Brasileiro, o chamado G6, com os quatro melhores direto na fase de grupos e os outros dois nas fases preliminares. O campeão da Copa do Brasil tem a sétima vaga direto na fase de grupos.
No projeto, seriam seis vagas, todas diretas na fase de grupos: cinco via Brasileirão, ou seja, o G6 viraria G5, e o campeão da Copa do Brasil.
A Conmebol rejeitou com o argumento de nivelamento técnico da competição. Apesar de perder uma vaga geral, o Brasil ganharia uma direta nos grupos, automaticamente tirando isso de algum outro país. Apesar de ter feito os últimos seis campeões, o futebol brasileiro tem perdido alguns confrontos eliminatórios na Pré-Libertadores.
Acabar com o playoff da Copa Sul-Americana, criado em 2023, é ainda mais complicado porque envolve os contratos de direitos de transmissão das duas competições.
A criação dessa fase extra, com mais duas datas de jogos e a valorização da “Sula” com a possível migração de times da Libertadores, engordou o valor da negociação desses direitos, portanto não deve mudar tão cedo.
Mas por que a CBF divulgou nesta terça que enviou o ofício se, para 2025, é zero chance de acontecer?
A Itatiaia apurou que é uma maneira de justificar o calendário tumultuado do ano que vem, com Estaduais e Série A antecipados, férias no meio do ano e Brasileirão acabando tarde. E, também, uma maneira de pressionar a Conmebol para tentar emplacar algumas dessas mudanças nos próximos anos.