Um pequeno país do Oceano Pacífico, as Ilhas Salomão abriga um dos vulcões submarinos mais ativos do mundo, que teve pelo menos 39 erupções desde 1939. A região do Kavachi tem acesso desafiador para cientistas.
Mas, em 2015, uma expedição durante um dos raros momentos quietos do vulcão procurou por vida. A conclusão foi que o ambiente hostil hospedava um ecossistema vibrante, com zooplâncton, espécies de peixes e até mesmo tubarões.
Kavachi: o vulcão que abriga tubarões
Conhecido como Sharknado, Kavachi surge a 1200 metros do solo marinho e está apenas a 20 metros abaixo do nível do mar. Sua última erupção foi entre 24 e 30 de abril de 2024, segundo o Programa Global de Vulcanismo do Instituto Smithsonian, administrado pelo governo dos Estados Unidos.
Como o topo do vulcão está a apenas alguns metros abaixo da superfície, satélite da NASA conseguiu capturar uma pluma de água descolorida perto do vulcão submarino.
O estudo publicado na revista Oceanography fruto da expedição nota que outros vulcões submarinos ativos têm água extremamente ácida e “zonas da morte” com carcaças de grandes animais. No entanto, a cratera de Kavachi é relativamente rasa e, por isso, conta com correntes da superfície que permitem rápida mistura da água.
A expedição de janeiro de 2015 também encontrou organismos microscópicos que se alimentam de enxofre e dióxido de carbono que revestiam os flancos dos vulcões. Já os tubarões identificados pelos cientistas eram tubarões-martelo e tubarão-seda.
De acordo com a pesquisa, os tubarões da região demonstraram afinidade por temperaturas mais altas. A alta acidez de Kavachi pode ter prejudicado o olfato dos tubarões. Por outro lado, há evidências de que tubarões podem apresentar tolerância psicológica em ambientes hostis.
A resiliência dos animais ao suportar as condições da região do Kavachi levanta algumas questões sobre se eles têm maiores chances de sobreviver às mudanças no oceano provocadas pelas atividades dos seres humanos.
Um estudo publicado na revista Advancing Earth and Space Science mostra que as manchas de água super aquecida e ácida contêm fragmentos de rocha vulcânica e material particulado.
As cores das manchas oferecem pistas sobre a composição das partículas na água contaminadas pela erupção. Uma coloração amarela ou marrom, por exemplo, indica maior proporção de ferro. Mas se for branca, a tendência é de maior proporção de silício ou alumínio.