sábado, agosto 17, 2024
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Conheça o caça supersônico que pode definir a guerra na Ucrânia

A Ucrânia recebeu, dos EUA, na última semana, a primeira leva dos caças supersônicos F-16, que podem ser determinantes em sua disputa com a Rússia. Como explica o g1, o modelo tem 50 anos desde sua criação e tem o apelido de “víbora” por seu alto poder de precisão e velocidade.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky vinha pedindo aos EUA, que fabricam os F-16, que enviassem as aeronaves para seu território desde o início da guerra, há pouco mais de dois anos.

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O presidente dos EUA, Joe Biden, havia rechaçado a ideia a princípio, dados seus custos e demora, pois os pilotos ucranianos precisariam de treinamento. Contudo, as pressões externas e a demora para o fim do conflito fez Biden autorizar o envio de 45 unidades em um primeiro momento.

Caça é utilizado em vários países do mundo (Imagem: Divulgação/Lockheed Martin)

Na quarta-feira (10), Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, informou que os F-16 estão sendo encaminhados para o território ucraniano e “vão cruzar o céu da Ucrânia em breve”.

Com isso, há meses, países europeus aliados de EUA e Ucrânia vêm recebendo os pilotos ucranianos para que estes possam ser treinados para pilotarem os casas supersônicos.

Como é o F-16, caça supersônico que pode definir a guerra entre Rússia e Ucrânia

  • O F-16 começou a voar em 1976 e já foi usado em mais de 25 países;
  • Pode operar com até seis mísseis ar-ar ou ar-solo;
  • Sua cabine tem amplo ângulo de visão, com um ou dois lugares;
  • Possui radar e módulos de contramedidas eletrônicas;
  • Conta também com canhão de 20 mm com 500 cartuchos. Sua munição é convencional ar-ar e ar-solo;
  • Quando vazio, o F-16 pesa 8,94 toneladas;
  • Seu raio de ação, sem abastecer, é de 860 km;
  • O teto de voo da aeronave é de 15 km;
  • Já a velocidade máxima que ele alcança é de Mach2 (cerca de 2,470 km/h);
  • Tem 14,8 m de comprimento e 9,8 m de largura;
  • A responsável por sua construção é a gigante Lockheed Martin em parceria com empresas na Bélgica, Dinamarca, Holanda e Noruega (estes quatro últimos estariam dispostos a fornecer seus caças à Ucrânia, segundo funcionário ucraniano de alto escalão, em entrevista ao The New York Times);
  • Ele custa US$ 63 milhões (R$ 341,72, na conversão direta) dependendo do modelo;
  • Cerca de três mil deles servem serviços militares no mundo todo, sendo centenas na Força Aérea e Marinha dos EUA;
  • Já serviu aos EUA no Afeganistão, Iraque, Kosovo, Golfo Pérsico e missões de defesa nacional no território estadunidense.

O F-16 é um modelo ágil, veloz e com grande capacidade defensiva e destrutiva. Eles podem ser decisivos no conflito, pois vão substituir dezenas de aviões ucranianos que estão parcial ou totalmente danificados.

Sem contar que a frota russa de aviões de guerra já era superior: 1,16 mil ante 125 da Ucrânia. Contudo, o que pesa (muito) a favor do F-16 é sua grande agilidade e versatilidade, pois ele foi pensado para voos baixos.

Desde o início da invasão, a Ucrânia praticamente não consegue realizar batalhas aéreas contra seu inimigo, permitindo assim o avanço russo. Para tentar remediar a situação, as Forças Armadas ucranianas investiram no uso de drones para atacar.

Uma das principais táticas pensadas pelo presidente russo Vladimir Putin é o ataque aéreo à rede elétrica nacional da Ucrânia, trazendo apagões e desestabilizando o governo local. Mas, com os F-16, isso pode ser evitado.

A aeronave também tem condições de realizar bons contra-ataques, pois ela pode ser lançada em segundos com até seis misseis e canhão com capacidade para 500 cartuchos, sem contar foguetes e bombas, capazes de derrubar aviões e mísseis.

Também consegue atingir navios e alvos terrestres, já que ele não lida apenas com conflitos no ar, mas, também, com o que acontece em terra enquanto está voando.

Um exemplo se deu em 2001, no Afeganistão, de acordo com a Lockheed Martin. Um piloto das Forças Armadas dos EUA estava em voo de reconhecimento de terreno a bordo de um F-16, quando sofreu ataque-surpresa de rebeldes afegãos.

O piloto teria não somente se livrado da emboscada com as manobras rápidas que o avião consegue realizar, como, também, atingiu as aeronaves de seus inimigos.

Com 50 anos, F-16 segue sendo atualizado e faz frente à frota russa (Imagem: Divulgação/ Força Aérea dos EUA/Tech. Sgt. Matthew Lotz)

E a Rússia, o que pensa sobre o caça?

Do lado russo, há um temor relacionado ao F-16, pois ele foi projetado exatamente para combater aeronaves da então União Soviética. Ele foi concebido como reação à criação do MIG-25 avião de guerra soviético poderoso, que pode voar em velocidade três vezes acima à do som.

Naturalmente, Putin não gostou de saber da então possibilidade de ter F-16 em combate na Ucrânia. Em 2023, ele prometeu responder de forma “colossal” ao país e ao Ocidente caso os aviões chegassem ao território inimigo.

Outra preocupação russa é que o F-16 não ficou obsoleto. Pelo contrário: ele foi atualizado e faz frente à frota da Rússia utilizada atualmente. Ele, inclusive, lançou recursos aplicados até mesmo na aviação civil.

Via Olhar Digital

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