Ao todo, a Enel distribui energia elétrica em 274 municípios em todo o Brasil. Eles estão em cinco Estados: Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Parte dos clientes paulistas está sem energia elétrica, desde que trechos da rede foram danificados por um temporal na noite da última sexta-feira, 11. Os estragos levaram a um apagão que deixou milhões de moradores no escuro por mais de 24 horas. Parte deles, na capital estadual.
Oeste realizou um levantamento com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para identificar cada município atendido pela Enel no Brasil. Além de São Paulo, a cobertura também envolve as capitais de outros dois Estados: Rio de Janeiro e Ceará.
Os cearenses são mais dependentes dessa companhia no território nacional — todos dependem dela para manter ativos televisores, computadores, celulares, refrigeradores e todo tipo de aparelho que dependem de eletricidade para funcionar, conforme mostram os registros da Aneel. No Rio de Janeiro, os negócios da empresa abrangem 70% dos municípios e apenas um de Minas Gerais está na área de cobertura dela.
Municípios que dependem da Enel no Brasil
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De acordo com a própria distribuidora, os municípios paulistas que ela atende “produzem aproximadamente 17% do PIB nacional”. Ou seja: ter um serviço instável nessa área pode causar um prejuízo enorme para a economia nacional. Essa região concentra mais da metade dos usuários atendidos pela empresa no país.
Ao todo, 33 milhões de habitantes dependem da Enel no Brasil, o que corresponde a 16% da população nacional. E o número de clientes era maior até dezembro de 2022 — quando as concessões para atender Goiás foram vendidas, depois de pressão do governo estadual, em meio a reclamações dos usuários goianos.
Praticamente expulsa de um Estado
A Enel dominava o mercado de distribuição de eletricidade de Goiás até dezembro de 2022. A empresa detinha o fornecimento para 99% da população do Estado, fatia de mercado vendida para a Equatorial Energia, por R$ 1,6 bilhão naquele ano. O negócio aconteceu em meio à pressão exercida pelo governador goiano, Ronaldo Caiado.
Em 2019, primeiro ano de mandato, Caiado apresentou um relatório à Procuradoria-Geral da República em que listava as tentativas do governo goiano de resolver os problemas de prestação de serviço da operadora. No mesmo ano, uma Comissão Parlamentar da Assembleia do Estado investigou a atuação da empresa.