O Índice Nacional de Confiança (INC) do consumidor caiu pelo segundo mês consecutivo. A pesquisa realizada pela PiniOn para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) alcançou 99 pontos em fevereiro e caiu para o campo pessimista, cenário que não ocorria desde julho de 2024.
Trata-se de um recuo de 2,9% quando comparado a dezembro. Em janeiro, o índice também arrefeceu e caiu para 102 pontos.
A ACSP encomenda a pesquisa desde 2005. O índice avalia a confiança dos consumidores de regiões e recortes econômicos distintos, em uma escala de 0 a 200 pontos. Resultados abaixo dos cem pontos, como o de fevereiro, são pessimistas.
A PiniOn entrevistou cerca de 1,6 mil famílias. Os participantes, distribuídos por todo o Brasil, moram tanto nas capitais quanto no interior. Todas as regiões apresentaram queda no INC, principalmente o Centro-Oeste e o Norte.
Além disso, as classes sociais como um todo demonstraram insatisfação e recuaram no índice — sobretudo, as famílias da classe C.
Por que a confiança do consumidor caiu novamente?
Segundo a pesquisa da PiniOn, a queda no INC pelo segundo mês consecutivo ocorreu devido à falta de confiança dos consumidores com suas atuais situações financeiras. Além disso, houve impacto da baixa expectativa com a renda e o emprego no futuro.
A queda na confiança do consumidor resultou na diminuição da disposição para consumir bens duráveis, como geladeira e fogão. Também houve diminuição da expectativa para realizar investimentos.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, afirmou que a diminuição do INC pelo segundo mês consecutivo é resultado do desaquecimento da atividade econômica e da menor geração de empregos.
Gamboa também fez menção à aceleração da inflação, com destaque para o aumento do preço de produtos básicos, como alimentos e bebidas. A situação também se agrava por causa dos juros altos e o elevado grau de endividamento, o que deixa as famílias mais atentas na hora de ir às compras.