domingo, novembro 24, 2024
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Comunidade LGBTI+ sofre mais com assédio online, diz estudo

Pessoas da comunidade LGBTI+ tem menos acesso à internet e, quando têm, estão mais sujeitas ao assédio online. Isso ó que diz um novo relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA), que alega ser a primeira organização global a realizar estudos sobre a exclusão digital para a comunidade.

Acesso de pessoas LGBTI+ à internet

O relatório da Associação analisou a exclusão digital da comunidade (o acesso desigual a dispositivos que se conectam à internet e à rede).

A pesquisa diz que, apesar do espaço online ser um lugar revolucionário na liderança de movimentos sociais, também é um “ciclo vicioso” para a comunidade LGBTI+ (como a própria organização nomeia) do mundo inteiro.

Conforme divulgou o Euronews, aqueles que sofrem com a exclusão digital não conseguiam acessar informações importantes relacionadas à saúde e nem formar uma rede de apoio online. Segundo um dos participantes do estudo, de Uganda, o acesso à internet é fundamental nesse ponto.

O acesso a uma comunidade é o que dá força à maioria de nós. Saber que você não é o único e que há outra pessoa trabalhando ao seu lado nesta jornada é de onde extraímos a maior parte da nossa força, especialmente como líderes.

Participante não identifica do estudo, da Uganda

De acordo com Daniele Paletta, gestora de comunicações da ILGA, a exclusão digital também afeta na hora de pesquisar e tomar conhecimento de legislações e mecanismos de proteção, principalmente considerando que 61 estados membro da Organização das Nações Unidas ainda criminalizam relações homoafetivas.

Imagem: Jakub Krechowicz – Shutterstock

Ciclo vicioso

Para Paletta, a questão da falta de acesso é um “ciclo vicioso”: aqueles que não tem acesso à educação devido à discriminação pela orientação sexual têm mais dificuldades em conseguir se conectar a internet (ou os dispositivos para isso).

Isso, por sua vez, dá menos oportunidades de acesso ao ensino superior e emprego, aumentando a probabilidade de viverem na pobreza.

Além disso, muitos dos participantes do estudo vivem em zonas rurais e precisam se locomover para conseguir se conectar, o que pode aumentar os riscos de exposição, principalmente em países que condenam orientações sexuais.

X (ex-Twitter)
X/Twitter é uma das plataformas citadas no estudo com falhas na moderação de conteúdo (Imagem: sdx15/Shutterstock)

Assédio online e moderação de conteúdo na internet

  • Para além das dificuldades do acesso à internet, os membros da comunidade LGBTI+ têm mais preocupações sobre o assédio online. De acordo com o participantes da Uganda, a maioria dessas ocorrências acontece nas redes sociais;
  • Para ele, o problema é que as plataformas não levam a moderação de conteúdo a sério e não fazem seu trabalho de forma eficaz;
  • Em maio do ano passado, o Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO) já havia reportado que a desinformação contra a comunidade LGBTI+ estava aumentando e muitas vezes “incitam ao ódio contra minorias, leis e instituições”;
  • Os participantes do estudo atual reportam que, mesmo que as plataformas aceitem denúncias, muitas vezes demoram para responder e não param de usá-las porque não há alternativas de redes sociais relevantes à altura.

Via Olhar Digital

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