“Preciso desligar o telefone, porque está perigoso.” É assim que o brasileiro-israelense Shlomo Politis, coronel das Forças de Defesa de Israel (FDI), encerrou a conversa com Oeste na noite deste sábado, 13.
Enquanto manteve contato com a reportagem, o militar de 68 anos relatou os momentos de tensão vivenciados por sua família durante os ataques do Irã a Israel. Sua mulher, Deborah Srour-Politis, de 61 anos, e os filhos, Sophia e Jonathan, de 16 e 10 anos, estão com Shlomo em sua casa na capital do país, Jerusalém.
Em meio aos relatos, ouviam-se os estrondos dos drones e dos mísseis iranianos sendo abatidos pelo Iron Dome, sofisticado sistema de defesa aérea israelense. Armamentos antimíssil instalados pelos norte-americanos no Oriente Médio também contribuíram para destruir as centenas de projéteis que cruzavam o céu da cidade.
Shlomo, Deborah, Sophia e Jonathan preparavam-se naquele momento para irem ao bunker da casa, equipado para resistir a ataques aéreos maciços. A depender da quantidade e da potência dos mísseis iranianos, a família terá de passar 24 horas no local.
“Estamos apreensivos”, relatou Deborah, ao destacar que é o primeiro ataque direto do Irã contra Israel. “Mas estamos preparados.”
As Forças de Defesa de Israel orientaram os cidadãos israelenses a ficar em casa durante a ofensiva iraniana. As escolas fecharão as portas, e os serviços públicos não essenciais devem voltar a funcionar apenas quando cessarem os ataques. É clima de guerra.
Porta-aviões dos Estados Unidos no Mar Vermelho e no Mar Mediterrâneo estão de prontidão para oferecer suporte a Tel-Aviv. A Jordânia, que faz fronteira com Israel, conteve parte dos mísseis iranianos que cruzaram seu território.
Neste momento, a família Politis está no bunker.
Os ataques do Irã a Israel
Mais cedo, o Exército de Israel anunciou que o país estava sendo alvo de ataques do Irã. “As FDI estão em alerta máximo e monitora constantemente a situação operacional”, informou, às 17h18 deste sábado, no Twitter/X. “O conjunto de defesa aérea está em alerta máximo, juntamente de caças da Força Aérea e dos navios da Marinha, que estão em missão de defesa no espaço aéreo e naval israelense.”
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o que seriam alguns dos drones lançados pelo Irã. De acordo com o jornal israelense The Jerusalem Post, Teerã confirmou a ofensiva.
Iranian Shahed-136 kamikaze UAV over Iraq at very low altitude, heading to Israel. pic.twitter.com/HpWeqXMMep
— Clash Report (@clashreport) April 13, 2024
Em pronunciamento na TV, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou que seu país sobreviverá aos ataques iranianos. “O Estado de Israel é forte, as FDI são fortes, o povo de Israel é forte”, afirmou. “Juntos resistiremos e, com a ajuda de Deus, juntos venceremos todos os nossos inimigos.”
Estou acompanhando as notícias referentes ao ataque do Irã contra Israel, e estarei de olho para que o governo brasileiro não adote posições prejudiciais ao país – como já fez em outros momentos recentes, com as declarações antissemitas de lula.@netanyahu @IsraelinBrazil… pic.twitter.com/fPCzmMDIO1
— Carla Zambelli (@Zambelli2210) April 13, 2024
Autoridades do país emitem sinais de alerta
Em meio aos ataques iranianos, o governo israelense emitiu sinais de alerta em todas as regiões do país.
As sirenes começaram a soar a partir do trabalho do Iron Dome. A informação é de que esses são alguns dos drones e mísseis que o Irã anunciou ter lançado horas antes contra o país judaico. Há, no entanto, materiais disparados por grupos terroristas, como o Hezbollah, que tem base no sul do Líbano.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram o céu das duas principais cidades de Israel, Jerusalém e Tel-Aviv, sob ataques.
Jerusalem pic.twitter.com/SbSRUFgIfG
— Mossad Commentary (@MOSSADil) April 13, 2024
A justificativa do Irã para ataque Jerusalém
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o governo de Israel errou e será punido pelo ataque ao consulado iraniano em Damasco, capital da Síria. Ele deu a declaração em vídeo divulgado neste sábado, no Twitter/X.
“Atacar nosso consulado é como atacar nosso solo”, escreveu o aiatolá. “Isso é senso comum em todo lugar do mundo. O regime malicioso tomou uma atitude errada neste caso. Deveria ser punido e será punido.”