quarta-feira, outubro 2, 2024
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Como uma DM em português no LinkedIn levou um irlandês à Copa Africana de Nações

Nascido e criado em Dublin, Roberto “Pico” Lopes há muito tinha perdido a esperança de representar a seleção da República da Irlanda, pela qual atuou nas divisões de base. Então, do nada, Lopes recebeu uma mensagem na rede social LinkedIn.

Foi uma mensagem que não só transformou a carreira futebolística do zagueiro do Shamrock Rovers — abrindo caminho para que jogasse por Cabo Verde e participasse da Copa Africana de Nações — mas também a sua vida.

Quando eu estava na faculdade, um de nossos módulos exigia que criássemos uma conta no LinkedIn. E acabou sendo pelo LinkedIn, talvez cinco ou seis anos depois, que o técnico da época me mandou uma mensagem em português, que eu não falava ou entendia. Eu achei que era uma mensagem de boas-vindas, então apenas ignorei

Roberto Lopes, zagueiro do Shamrock Rovers e da seleção de Cabo Verde

Felizmente para Lopes, Rui Águas, então treinador da seleção de Cabo Verde, voltou a enviar mensagens ao zagueiro do Shamrock Rovers nove meses depois — agora, em inglês — perguntando se ele tinha considerado a oferta.

Com a ajuda do Google Tradutor, Lopes percebeu que lhe foi oferecida a oportunidade de representar a seleção do pequeno arquipélago.

Lopes estrearia por Cabo Verde logo após o contato traduzido e, quatro anos depois, se prepara para disputar a segunda Copa Africana de Nações pelos Tubarões Azuis, com 18 jogos pela seleção. O torneio vai de 13 de janeiro a 11 de fevereiro.

O irlandês chega ao torneio depois de conquistar o quarto título consecutivo da liga irlandesa pelo Shamrock Rovers. Ele foi o único jogador do time a entrar na seleção do ano, cuja eleição é decidida por votos dos jogadores da primeira divisão da Irlanda.

Na Copa Africana de Nações, porém, ele vai ser testado contra alguns dos melhores atacantes do mundo, incluindo o craque egípcio Mohamed Salah, do Liverpool. O Egito está no grupo de Cabo Verde, junto com Gana e Moçambique.

Jogar por Cabo Verde provou ser uma experiência enriquecedora para Lopes. A cada convocação, seu entendimento nos idiomas crioulo e português melhora, assim como sua compreensão do que significa ser cabo-verdiano.

As partidas mais recentes foram, provavelmente, as mais cabo-verdianas que já senti. Quando voltei para casa, depois daquela viagem, tive uma sensação incrível. Sinto-me aceito como cabo-verdiano

Roberto Lopes, zagueiro irlandês que atuo por Cabo Verde

Carlos “Caluccha” Lopes, pai de Roberto, deixou Cabo Verde aos 16 anos para trabalhar como chef em navios de transporte internacional durante 15 anos, antes de se estabelecer em Dublin com a mãe irlandesa de Roberto.

Agora, com Lopes representando os Tubarões Azuis, o zagueiro diz que seu pai conseguiu restabelecer a ligação com a nação que deixou há tanto tempo.

Sim, ele (o pai) está muito orgulhoso, o que é ótimo. Isso trouxe mais do lado cabo-verdiano nele, e ele está constantemente me dando atualizações sobre sua terra natal e como estão meus primos

Roberto Lopes

Graças às visitas agora regulares a Cabo Verde, Lopes também passou a se relacionar com os primos. Tem planos de visitar Cabo Verde nas férias para passar mais tempo nas ilhas e ver o avô, que não tem conseguido comparecer aos jogos do zagueiro de 31 anos.

Mas, primeiro, Lopes tem de resolver o pequeno assunto da Copa Africana de Nações.

Este conteúdo foi criado originalmente em Internacional.

Via CNN

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