sexta-feira, novembro 22, 2024
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Como o Telegram se tornou abrigo de grupos criminosos?

O Telegram é frequentemente associado com práticas criminosas. Recentemente, o fundador da plataforma, Pavel Durov, foi preso na França sob acusações de não cooperar com as autoridades policiais e por cumplicidade em crimes cometidos na rede social, incluindo distribuição de material de abuso sexual infantil, tráfico de drogas e fraudes.

Diversas práticas criminosas são realizadas a partir da rede social

  • Uma investigação realizada pelo The New York Times encontrou 1.500 canais no Telegram operados por supremacistas brancos que coordenam diversas atividades criminosas.
  • Armas são comercializadas por pelo menos duas dúzias de canais, enquanto as drogas ilegais podem ser compradas em 22 canais que oferecem entrega para mais de 22 países.
  • O grupo terrorista Hamas também tem uma presença significativa na plataforma com 40 canais.
  • Segundo a reportagem, a audiência média deles aumentou dez vezes após os ataques de 7 de outubro, atingindo mais de 400 milhões de visualizações em outubro do ano passado.
Diversos grupos criminosos atuam livremente na plataforma (Imagem: Melnikov Dmitriy/Shutterstock)

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A própria plataforma incentiva o cometimento de atos ilegais

De acordo com a publicação, os recursos exclusivos do Telegram, como canais e supergrupos, tornaram a plataforma atraente para os criminosos. Ao mesmo tempo, a determinação do aplicativo em permanecer fiel aos princípios de privacidade e liberdade de expressão levou à criação de um refúgio para empresas criminosas, organizações terroristas e grupos extremistas.

O problema é real e não fica restrito ao mundo virtual. As autoridades britânicas, por exemplo, acreditam que os recentes tumultos na Grã-Bretanha e incêndios criminosos em centros habitacionais de migrantes na Irlanda tenham se originado de discursos de ódio no aplicativo.

Segundo analistas, a invasão criminosa da rede social é possível graças a entendimento do fundador da plataforma de que é necessária uma interferência mínima do governo na comunicação online. O Telegram conta com uma pequena equipe de moderadores de conteúdo.

Ícone do Telegram em tela inicial de iPhone
Rede social se recusa a atuar junto com as autoridades (Imagem: BigTunaOnline/Shutterstock)

A empresa também resiste em cooperar com as autoridades policiais no trabalho de aplicação da lei. Uma das razões pelas quais a França acusou Durov de cumplicidade no tráfico de imagens sexuais infantis foi devido a “uma quase total falta de resposta” aos pedidos de assistência.

À medida que o Telegram se aproxima de um bilhão de usuários, a paciência de diversos países com a plataforma está se esgotando. A União Europeia está explorando novas medidas de supervisão sob a Lei de Serviços Digitais, o que poderia forçar a rede social a moderar mais agressivamente seu conteúdo.

No entanto, a prisão de Durov pode ser um ponto de virada para o Telegram. Em meio à crescente pressão sobre a plataforma, ele prometeu fazer melhorias significativas na moderação de conteúdo em sua primeira declaração após deixar a prisão.

Via Olhar Digital

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