Há sete meses, a dominância do Manchester City não mostrava sinais de enfraquecimento. Os comandados de Pep Guardiola erguiam novamente o troféu da Premier League, desfrutando da glória de um sexto título da liga em sete anos.
O City havia garantido seu status como um dos melhores times da história do futebol inglês e iniciou esta temporada em busca do quinto título consecutivo.
Mas o clube agora está mergulhado em sua pior sequência de resultados em 18 anos, uma queda que continuou no sábado (21) com uma derrota por 2 a 1 para o Aston Villa.
O time registrou apenas uma vitória em seus últimos 11 jogos e já sofreu seis derrotas na Premier League nesta temporada. Agora, está na sétima posição, 12 pontos atrás do líder Liverpool — que tem um jogo a menos. Também está em risco de ficar fora das oitavas de final da Champions League após conseguir apenas duas vitórias em seis jogos.
“Não temos defesa para os resultados. Eles não são bons”, disse Guardiola depois. “Trata-se do que posso fazer com meu pessoal para recuperar os resultados e continuar. Se há um momento em que não posso pensar demais, é agora. Tentar ser simples, manter meus princípios e dar certeza ao time.”
Inicialmente, as derrotas de sua equipe pareciam isoladas; afinal, até o City precisa perder ocasionalmente. Mas, gradualmente, as derrotas se acumularam e a crise se aprofundou, deixando Guardiola procurando explicações enquanto a temporada de sua equipe se desenrolava.
A defesa do City foi dizimada pelas lesões de Manuel Akanji, John Stones e Nathan Ake, enquanto o meio-campista chave Rodri, que ganhou a Bola de Ouro, está fora da maior parte da temporada com uma lesão no joelho direito. Um novo golpe veio no sábado com a notícia de que o defensor Rúben Dias também ficaria fora por três a quatro semanas.
“Não temos os jogadores”, disse Guardiola à TNT Sports no sábado quando questionado sobre as chances de título do City. “É mais difícil. Não tenho essa sensação agora. Talvez aconteça, quem sabe? Mas tenho a sensação de que, agora, temos que pensar no curto prazo. Não podemos estabelecer muitos objetivos grandes.”
O técnico espanhol nunca teve que lidar com uma crise como esta. Até este mês, ele nunca havia perdido quatro partidas consecutivas da liga com nenhuma de suas equipes, segundo a Opta, enquanto o City não sofria tal sequência desde 2006.
Mesmo com uma crise de lesões, o City ainda pode escalar um time repleto de jogadores caros e talentosos, mas seu ataque parece desconexo e sem ideias, marcando apenas 10 gols em seus últimos nove jogos da Premier League. Contra o Aston Villa, o artilheiro Erling Haaland tocou na bola dentro da área adversária apenas uma vez, aos 89 minutos.
Após tantos anos vencendo troféus, tal sequência de resultados causou um colapso na confiança entre os jogadores. Os níveis de confiança estão, segundo Haaland à TNT Sports, “não os melhores, é claro”.
“Sabemos o quão importante é a confiança e você pode ver que isso afeta todo ser humano”, disse ele. “É assim que é, temos que continuar e permanecer positivos mesmo que seja difícil, e temos que continuar trabalhando duro.”
Os jogadores que formaram a espinha dorsal do time invencível do City nos últimos anos não estão ficando mais jovens. Kyle Walker, cuja brilhante defesa é definida por sua velocidade, tem 34 anos e tem mostrado vários lapsos de concentração em momentos-chave; Kevin De Bruyne tem 33 anos e seu futuro no clube é incerto uma vez que seu contrato expira este ano; İlkay Gündoğan tem 34 anos e foi dominado no meio-campo contra o Villa.
Ainda assim, Haaland acrescentou que o time “ainda acredita” em Guardiola, que os levou a tantos troféus. O City joga novamente em 26 de dezembro contra o Everton, o início de uma sequência menos difícil de jogos que talvez ofereça uma chance de se recuperar.